segunda-feira, 18 de junho de 2018

O Jovem Mentiroso (Billy Liar) 1963

Desgastado pela sua própria vida, mas aterrorizado para procurar uma melhor, William Fisher personifica a passividade da geração do pós-guerra, confusa pela riqueza de oportunidades que foi negada aos seus pais. Liz é uma jovem de espírito livre, radiante e ansiosa por descobrir o que o mundo lhe tem para oferecer. A vida destes dois jovens vai-se cruzar, e para William é pegar ou largar.
"Billy Liar" é provavelmente o filme mais divertido desta "nova vaga". Na verdade, é o único que podemos dizer que está próximo de uma comédia, e como uma boa comédia há uma oferta interessante de piadas que permitem que o público leve em consideração verdades difíceis, e idéias complexas que podiam ser mais intragáveis num trabalho dramático.
Baseado num livro de Keith Waterhouse, e numa peça subsequente de Willis Hall, "Billy Liar" tem a estrutura de uma comédia clássica de TV. Em 1963 "Galton and Simpson's Steptoe and Son" (BBC, 1962-74) foi um grande sucesso na televisão britânica, e tinha alguns paralelos com este segundo filme de John Schlesinger. Tal como Harold Steptoe, Billy era um fantasiasta disposto a transcender a sua vida quotidiana, mas incapaz, realmente, de a deixar na realidade, preferindo chafurdar no conforto da sua vida de fantasia.
O filme é maravilhosamente interpretado, principalmente por Tom Courtney (de "The Loneliness...")com a sua mistura de boas intenções, imaturidade e inteligência, a conseguir ser genuinamente engraçado. A pungência de Billy, o perdedor, é contrastada pela bela, irresistível e imaginativa Liz, interpretada por Julie Christie, com uma das suas personagens mais devastadoras. Dois anos depois Christie voltaria a trabalhar cim Schlesinger noutro filme desta "nova vaga", no qual venceria o único Óscar da sua carreia.

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