sábado, 29 de janeiro de 2022

A Vida de Brian (The Life of Brian) 1979

Este filme poderia nunca ter sido feito se o músico e ex-Beatle George Harrison não tivesse fornecido o dinheiro necessário para produzir o filme através de uma produtora criada de propósito para o efeito, a Handmade Films ltd. Os Monty Phyton passaram por dificuldades financeiras depois da produção de "The Monty Python and the Holy Grail", uma paródia das lendas arturianas. 
Os intervenientes não esconderam a polémica que esperavam do filme, quando da sua estreia em 1979 e enfatizaram a provocação em slogans como: "See the movie that´s controversial, sacrilegious and blasphemous. But, if that´s not playing see Life of Brian". Tal como um crítico observou, apesar do facto do cristianismo ser apenas a terceira religião com mais seguidores do mundo, os cristãos parecem ser os críticos mais barulhentos do cinema moderno, e mostraram o seu ponto de vista em voz alta. Foi banido na Noruega no primeiro ano de lançamento, Itália baniu o filme até 1991, na Irlanda até 1990. 
Nos Estados Unidos líderes religiosos de várias religiões fizeram piquetes e protestaram contra a exibição dele em várias cidades, principalmente no Sul, e protestaram igualmente contra a distribuidora do filme, a Warner Bros. Os seis membros dos Monty Phyton foram chamados de pagãs, hereges, ateus entre outras coisas.

domingo, 23 de janeiro de 2022

Calígula (Calígula) 1979

 "Caligula" relata de forma directa a história da ascenção e queda do imperador Calígula César, o quarto dos 12 Césares do Império Romano, e um dos mais conhecidos depois de Júlio César. A história conta que Calígula foi um dos mais malvados que controlou Roma, e que o seu reinado foi violento, sangrento e corrupto. Estes factos coloriram a visão artística de Gore Vidal, que escreveu o argumento original do filme. Vidal procurou transmitir a personalidade e as acções de Calígula no contexto de um filme biográfico. Mo entanto, o produtor e realizador Tinto Brass procurou alterar o foco graficamente, ilustrando o comportamento libertino e decadente do governante. Mandava matar membros da familia e conselheiros, obrigava as esposas dos seus senadores a trabalharem num bordel da sua própria construção, dorme com o cavalo, lambe o corpo nú da sua irmã mora, viola uma noiva e um noivo na recepção do seu próprio casamento, até ser vitima de um assassinato sangrento.
O filme foi amplamente discutido antes do seu lançamento. Muita atenção foi dada às cenas sexuais antecipadas, que mais tarde dominariam todas as criticas e considerações do trabalho. O filme foi financiado por Bob Guccione, editor da revista Penthouse, e custou 15 milhões de euros em finais da década de 70. Gore Vidal rejeitou as sugestões de Guccione de escrever cenas de cariz sexual no argumento, e acabou por processar o produtor por trer ignorado o seu pedido, e ter o seu nome removido dos créditos. Depois de verem a versão final, a maioria dos actores principais tentaram dissociar-se do filme, mas os seus nomes foram mantidos nos créditos. 
Guccione sabia que o filme nunca iria ser aprovado pela MPAA, então nunca o submeteu. Em vez disso, rotulou o filme de "apenas para audiências adultas", e instruiu os donos dos cinemas que o filme não podia ser exibido para audiências com menos de 18 anos. Foi produzido em Itália, mas quando chegou à alfândega dos Estados Unidos foi considerado obsceno. O tribunal acabaria por deixar o filme entrar no país alguns meses depois, mas a história de proibições ao filme estava apenas a começar. 


domingo, 16 de janeiro de 2022

O Tambor (Die Blechtrommel) 1979

"The Tin Drum", baseado no polémico livro do mesmo nome de Gunter Grass, é uma história surreal do jovem Oskar Matzerath, cujo crescimento é paralelo à ascensão ao poder dos Nazis da Alemanha. Oskar recusa-se a crescer, até que Agnes, a sua mãe, o suborna, prometendo que ele receberá um tambor no seu terceiro aniversário. Quando esse dia chega, e Oskar recebe o presente tão esperado, ele promete a si próprio que vai deixar de crescer e ficar com 3 anos de idade para o resto da vida, decisão que o acompanhará por 18 anos da sua vida. Toma esta decisão porque não se quer tornar como os adultos hipócritas da sua família. 
 Ganhou numerosos prémios em 1979 e 1980, incluindo um Óscar da Academia, mas reivindicações em 1997 de um grupo religioso fundamentalista americano, em Oklahoma, acusou o filme de pornografia infantil, que levava a abusos civis, e todas as cópias em VHS foram confiscadas por agentes da lei. O filme tinha sido amplamente distribuído em VHS por todo o país, mas até então nenhum estado tinha acusado este filme de alguma coisa. A queixa começou depois de um cidadão de Oklahoma City ter ouvido uma palestra na rádio de um ex-aluno de um seminário do Minnesota que se tinha recusado a fazer uma crítica a filmes como "Do the Right Thing", "Like Water for Chocolate", e este "The Tin Drum", alegando que os filmes eram pornográficos.
O residente de Oklahoma, que ouviu a palestra, foi até à biblioteca local e pegou numa cópia do filme, tendo submetido para a polícia local para revisão, alegando que o filme violava a lei da obscenidade do estado, que proibia a representação de jovens menores de 18 anos de fazer sexo. Citou três cenas em que o menino Oskar é visto em actos sexuais com a jovem Maria, de 16 anos. Horas depois, a polícia da cidade confiscou todas as cópias de seis videoclubes, e usou o registo destes para descobrir as cópias restantes que se encontravam em casa de sócios dos videoclubes. A policia foi a casa de cada individuo, e pediu a devolução das videocassetes. O filme estava protegido pela Primeira Emenda, mas foi confiscado de qualquer forma.
Policias tentaram intimidar quem falasse a favor do filme, mas o caso foi ganho em tribunal pelos distribuidores.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Emmanuelle (Emmanuelle) 1974

O argumento de "Emmanuelle" foi adaptado do romance homónimo escrito por Maryat Rollet-Andriane sob o pseudónimo de Emmanuelle Arsan. O enredo depende muito de cenas de sexo explicito que mostram o elenco a deleitar-se com as alegrias e prazeres da liberdade sexual desinibida. A personagem central é a bela jovem esposa de um diplomata francês, alguns anos mais velho do que ela. Estão ligados à embaixada francesa de Banguecoque, e parecem ter um casamento feliz. Emmanuelle gosta e respeita do seu marido, porque ele lhe ensinou muito sobre sexo, mas começa a ficar chateada com a vida de diplomacia. O marido incentiva-a a encontrar algo excitante para preencher os seus dias.
"Emanuelle" inspirou várias sequelas e numerosas imitações, é um clássico ente os filmes eróticos europeus e até mesmo mundiais. Nunca o público europeu tinha visto um filme erótico onde um casal tão livre fazia amor, um com o outro e com qualquer outra pessoa por quem se sentisse sexualmente atraído, de forma tão bela e exótica.
Apesar de ter tido grande aceitação em França, o filme foi primeiramente banido pelo presidente Georges Pompidou, mas acabou por ser liberto quando este presidente morreu. Nos Estados Unidos levou um X pelo MPPA que lhe limitou a exibição só para alguns cinemas independentes. Na cidade de Covina foi mesmo proibida a exibição do filme, o que obrigou o director do cinema da cidade a colocar um processo contra o estado americano. 

Imdb