quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

O Homem de Singapura (The Road to Mandalay) 1926

Um criminoso com um olho deformado deixa a única filha aos cuidados do irmão, um padre. Ele vem visitá-la, mas ela não sabe que ele é o seu pai e este não lhe conta. Decide que, se pode ganhar dinheiro com as actividades criminosas, pode arranjar o olho com uma operação, revelar-se a ela como seu pai e então cumprir os deveres paternos. No entanto, descobre que um sócio criminoso decidiu casar-se com ela e decide impedir isso...
Um filme rarissimo que não existe mais na sua forma completa, mas, pelo que parece, esta condensação de 35 minutos faz um trabalho decente a contar a história. Existem certos saltos na narrativa, mas a história básica está intacta, e a sua semelhança com outros filmes existentes de Chaney/Browning significa que podemos preencher as seções que faltam sem muitos problemas. O conteúdo fantástico é bem leve; além da deformidade do personagem de Chaney e aquela mesquinhez do cenário que é a marca das colaborações Chaney/Browning, é um melodrama directo. 
O filme também não se encontra em muito boas condições, mas tem de ser assim.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

O Lacrau (The Blackbird) 1926

Lon Chaney desempenha um papel duplo neste melodrama policial da MGM. Blackbird, um mestre do crime e The Bishop, o seu irmão aleijado que é amado por todos na cidade. Ambos são a mesma pessoa e o plano é manter as coisas assim, mas logo outro criminoso (Owen Moore) entra em cena, assim como o amor por uma mulher (Renee Adoree).
Mais uma vez, Tod Browning abrindo o filme com autoridade, com close-ups dos becos abandonados de Limehouse entrando e saindo do cenário nebuloso de Londres. Lon Chaney desempenha mais uma grande imterpretação num duplo papel. É um aleijado e debilitado que dirige uma missão de caridade no esquálido distrito de Limehouse. O irmão gêmeo de Bishop é Dan Tate, mais conhecido como o vil ladrão The Blackbird.
A realização de Browning é excelente. Ele configura os cenários do Limehouse na abertura, mostrando uma sequência de rostos que evocam a atmosfera mais do que um mero cenário poderia fazer. Soube tirar o melhor proveito de Chaney, mas os outros actores do elenco também fazem um bom trabalho com as suas expressões faciais, todas capturadas com maestria por Browning. A nova partitura de Robert Israel, contendo trechos de Chopin e outros, encaixa-se bem no filme e nunca se intromete.