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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Desapareceu Bunny Lake (Bunny Lake is Missing) 1965

 Filmado a partir de um argumento adaptado do livro de Marryam Modell, escrito como Evelyn Piper, "Bunny Lake is Missing" é um filme assustador que sugere que o personagem principal vive num mundo de fantasia. Ann Lake, uma jovem mãe solteira, recentemente restabeleceu-se em Londres com a sua filha Bunny, e o irmão Stephen. Quase depois de chegar, Ann matricula a sua filha num colégio, e quando vai buscá-la depois do primeiro dia de aulas, não há qualquer registo da menina, nem ninguém se lembra de a ver. As suspeitas caem sobre o irmão de Ann, que parece mentalmente perturbado. 
"Bunny Lake is Missing" é um de dois filmes selecionados pela Columbia Pictures para servir como teste para provar que as leis da censura no Kansas eram inconstitucionais. Apesar da condenação informal do filme pelo retrato de uma mãe solteira, e pela sugestão de uma relação incestuosa entre dois irmãos, o filme não foi censurado nem banido pelo conteúdo em todo o país. Em Novembro de 1965, sete meses depois do Supremo Tribunal dos Estados Unidos acabar com a lei da censura no estado de Maryland, a Columbia resolveu testar estes dois filmes no Kansas, distribuindo-os sem buscar aprovação prévia, e informando a Kansas Board of Reviews que não submeteriam futuros filmes que decidissem exibir no estado.
O Procurador-Geral do estado moveu logo uma acção contra a Columbia para impedir o distribuidor de distribuir filmes sem primeiro obter autorização. O ex-governador do Kansas, John Anderson Jr, viria a defender a Columbia em tribunal, num caso que acabou por ser decidido em tribunal, e que levou finalmente a distribuidora a conseguir obter a razão nas suspeitas em que tanto este filme, como "The Bedford Incident" seriam censurados.

domingo, 26 de setembro de 2021

Spartacus (Spartacus) 1960

"Spartacus" é baseado numa figura histórica, e na história da ascenção e queda de um escravo que vivia em Roma antes do nascimento de Jesus Cristo. Spartacus é resgatado de trabalhar numa mina a céu aberto por um treinador de gladiadores, Batiatus, que vê que o escravo tem fogo nos olhos e a capacidade de cativar o público. Inscrito numa escola de gladiadores, Spartacus é instruído para lutar, mas não tem permissão para matar. Como forma de recompensa pelos bons desempenhos os alunos por vezes têm permissão de ver mulheres. A maioria dos gladiadores tratam as mulheres como suas próprias escravas, mas isso não acontece com Spartacus, que primeiro desenvolve uma amizade com Varinia, e depois uma relação. 
"Spartacus" foi censurado mesmo antes de estrear, e foi um dos últimos filmes em que a homossexualidade  foi removida antes do código ter sido alterado. Geoff Shurlock, chefe de produção do PCA, opôs-se às sugestões de homossexualidade do personagem Crassus, e recomendou à Universal que qualquer referência que este personagem sinta uma atracção por Antoninus tem de ser evitada. A razão da fuga frenética de Antoninus tem de ser diferente do facto de que ele é repelido pela abordagem sugestiva de Crassus. Shurlock também avisou que em algumas cenas o tema da perversão sexual era tocado, e que essas cenas teriam de ser removidas. 
Antes da estreia do filme, a Universal enviou uma cópia para a LOD, e nesta versão claramente é sugerido que o general romano é homossexual e quer adquirir Antoninus para sua própria gratificação.  A cena teve mesmo de ser cortada, além de outras por causa da violência, e depois de todos os cortes efectuados o continuou a ser um dos filmes mais violentos a saírem dos estúdios de Hollywood. Foi cortada mais de meia hora de filme, que só seriam restaurada numa nova versão que saíu em 1991. Além de tudo isto, o filme também foi criticado por causa do seu argumentista ser Dalton Trumbo, e estar na lista negra de Hollywood.

sábado, 26 de outubro de 2019

Ricardo III (Richard III) 1955

As habilidades militares de Richard ajudaram a colocar o seu irmão mais velho, Edward, no trono de Inglaterra. Mas os ciúmes e o ressentimento fazem com que Richard procure o trono para si, e para isso ele concede um plano longo e cuidadosamente calculado, usando o engano, a manipulação e o assassinato para atingir os seus objectivos. Esta trama longa tem consequências tumultuosas, tanto para ele como para o próprio país.
Laurence Olivier, um dos actores mais consagrados de Inglaterra, realizou cinco filmes ao longo de toda a sua carreira, três deles adaptações de William Shakespeare. Em 1944 adaptou "Henrique V", em 1948 "Hamlet", e agora seria a vez de "Richard III". "Richard III" era o filme mais ousado desta trilogia, quando falávamos de Richard III falávamos da crueldade absoluta, e de um homem sem escrúpulos, e Olivier pegou no texto original de Shakespeare, alterando apenas alguns diálogos aqui ou ali. 
Com o uso de cenários simples, um excelente Technicolor, e uma adaptação inteligente de Colley Cibber, cortanto nas palavas até deixar só o essencial. Olivier, como realizador, enfatiza a natureza do mal como sendo cómico. A produção é impecável, dissipando os rumores de que uma adaptação desta obra seria muito dficil de fazer. A interpretação de Olivier tornou-se essencial para o sucesso do filme, e não esquecer o resto do elenco com uma série de talentos do cinema britânico da altura: Cedric Hardwick, Ralph Richardson, John Gielgud, Mary Kerridge, Claire Bloom, entre muitos outros. 

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Rebecca (Rebecca) 1940

É surpreendente que, apesar da sua longa e frutífera carreira e das várias nomeações recebidas, Hitchcock só tenha ganho o Óscar de Melhor Filme com a sua primeira película americana: "Rebecca". Talvez este facto seja indicativo do poder e influência do produtor David O. Selznick que, acabado de sair do sucesso de "E Tudo o Vento Levou" (1939), não deixou de passar a oportunidade de trabalhar com o realizador britânico nesta história gótica de fantasmas da autoria de Daphne Du Maurier.
Graças a um orçamento generoso, Hitchcock pôde transformar a mansão de Manderley numa personagem da película, gesto que mais tarde inspiraria Welles na sua concepção de Xanadu, em "O Mundo a Seus Pés". O palacete à beira-mar é o cenário nebuloso ideal para os amores atormentados de Joan Fontaine e Laurence Olivier. Este dá vida a um viúvo rico que corteja a inocente Fontaine e com ela casa após um romance meteórico. A protagonista nunca acredita na sorte que teve ao encontrar um homem tão atencioso, mas, à medida que a sua relação amorosa se aprofunda, vê-se assombrada pelo fantasma de Rebecca, a antiga e falecida esposa de Olivier. Serão as assombrações fruto de uma imaginação fértil e paranóia ou obra de uma força nefanda? E que relação existe entre estes acontecimentos estranhos e a senhora Danvers (Judith Anderson), a governanta sinistra que parece não dar paz a uma Fontaine à beira de um ataque de nervos?
"Rebecca" marcou a chegada auspiciosa de Hitchcock aos Estados Unidos e, na cerimónia dos Óscares de 1940, conseguiu mesmo derrotar a última obra britânica do realizador: Correspondente de Guerra. Quase todos os traços artísticos do cineasta estão presentes em "Rebecca" no seu esplendor: a omnipresença de um passado obscuro e misterioso que constantemente se intromete no romance malfadado dos protagonistas, as suspeitas à flor da pele e, como seria de esperar, a presença espectral e ameaçadora da desonestidade e traição. Faltam a "Rebecca" os gracejos espirituosos e o humor caracteristicos de Hitchcock. Todavia, esta ausência de leveza deve-se à natureza melancólica e gótica do romance de Du Maurier. Os segredos de Manderley empurram a ingénua Fontaine para o abismo da demência e Hitchcock diverte-se, intensificando gradualmente a tensão da película até à sua conclusão assombrosa."
 * Texto de Joshua Klein
Filme escolhido pelo Pedro Afonso. 

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quinta-feira, 14 de junho de 2018

O Comediante (The Entertainer) 1960

No meio da crise do Suez um actor de teatro fracassado (Laurence Olivier) recusa-se a reconhecer o seu estado de coisas, enquanto se apresenta diante de plateias vazias, traíndo a sua esposa bêbada (Brenda de Banzie), e ajudado pelo seu pai doente (Roger Livesey) a financiar a sua última produção, sempre debaixo do olhar atento da filha (Joan Plowright).
Segunda obra de Tony Richardson, que tal como "Look Back in Anger" era a adaptação de uma peça de John Osborne. Contando com Laurence Olivier no papel principal, repetindo o papel no cinema que havia sido seu no teatro. Há uma cena comovente no filme, em que Olivier contracena com a filha (Plowright), em que ele lhe pergunta: "O que acharias se eu casasse com uma rapariga da tua idade?", ao que a filha responde: “Oh. Daddy”. Depois de produzido o filme, Olivier acabaria por casar com Plowright, depois de se divorciar de Vivien Leigh. Com 22 anos de diferença entre os dois, acabariam por viver juntos até à morte do actor. 
"The Entertainer" foi um dos grandes sucessos de Laurence Olivier, tanto no teatro como no cinema, onde o actor é uma verdadeira força, interpretando uma personagem intensamente desagradável. Tony Richardson captura com sucesso os lugares sujos de Londres, e a desagradável aura da história. Também é interessante ver Alan Bates e Albert Finney, ambos em início de carreira, e ambos como filhos de Olivier. 
Legendas em espanhol.

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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Os Invasores (49th Parallel) 1941

Os Invasores é a primeira incursão de Michael Powell e Emeric Pressburger na segunda guerra mundial que então devastava o mundo. Tal como o posterior One of Our Aircraft Is Missing (1942), enquadra-se no esforço de propaganda do governo inglês no combate ao nazismo, e por isso, se pode, com propriedade, referir que são encomendas oficiais. Como sucede nos primeiros filmes do duo, Powell é o realizador e Pressburger o argumentista.
"Os Invasores" tinha um objectivo político claro: pressionar a opinião pública dos EUA e do seu governo a abandonarem a política de neutralidade então vigente, aliando-se aos britânicos. Daí o título de 49th Parallel (nos EUA recebeu o nome de The Invaders) que marca a fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá. O argumento é bastante sofisticado para um filme de guerra. Após uma batalha entre um submarino alemão e aviões de guerra aliados, um grupo de soldados alemães que tinha sido destinado a uma missão, fica isolado em território inimigo e sem possibilidades de retorno ao submarino que havia sido destruído. O filme torna-se quase uma espécie de road movie invulgar, uma vez que os soldados alemães têm como objectivo atravessar de forma incógnita todo o Canadá para chegarem a Vancouver onde poderão embarcar rumo ao Japão com informações preciosas sobre segredos militares do Canadá. Curiosamente, acabam por ser os alemães os principais protagonistas do filme, em particular, o tenente Ernst Hirth (representado pelo actor Eric Portman). As contradições entre o grupo de soldados alemães são evidentes: alguns são militares como outros quaisquer, fazendo uma guerra porque para ela são enviados contra a sua própria vontade e sem se sentirem parte de qualquer espírito salvador do mundo a partir do conceito de supremacia racial ariana; o tenente Hirth, pelo contrário, representa o ideal nazi com todo o arsenal ideológico que lhe é característico. Esta distinção subtil que se corporiza na execução do soldado alemão que é mais vulnerável à complacência com o «inimigo», é, na minha opinião, o aspecto mais relevante de todo o filme. O nazismo não representa a totalidade de um povo, mas sim apenas um grupo ideologicamente mais radicalizado e fanático que veicula uma mensagem de ódio e de destruição. Esta diferença é muito eficaz do ponto de vista propagandístico (sobretudo se se tiver em conta os objectivos acima referidos) em particular quando comparada com muitos filmes sobre esta guerra em que os alemães são apresentados sempre como desprovidos de sentimentos e cegos seguidores dos seus dirigentes. As cenas de guerra, propriamente ditas, são escassas e confinam-se aos momentos iniciais do filme. Todo o resto é a fuga e a perseguição que vai fazendo cair, um a um, os soldados alemães, à medida que estes procuram desesperadamente caminhar para Oeste. Algumas cenas como a da festa do dia nacional dos índios são verdadeiramente antológicas e o final, a um tempo irónico e justiceiro, revela a extraordinária capacidade de Pressburger na escrita de argumentos. 
Os Invasores deve ser visto como uma primeira parte de um díptico que tem em One of Our Aircraft Is Missing, a segunda. É um filme que retrata a guerra nas suas vertentes mais políticas e humanas em detrimento dos aspectos militares. Nessa medida, os dois filmes fazem parte daquele acervo de obras do género que são imprescindíveis. 
* Texto de Jorge Saraiva

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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Drácula (Drácula) 1979

Um navio naufraga perto de Whitby e o único sobrevivente é o Conde Drácula (Frank Langella), que chegou com grandes quantidades de terra da Transilvânia para levar para a sua residência em Carfax Abbey. Ele faz amigos, como o Dr. Seward (Donald Pleasence), que administra um asilo, a sua filha Lucy (Kate Nelligan), a amiga dela, Mina (Jan Francis) e Jonathan Harker (Trevor Eve), o noivo de Lucy. Acontece que Mina morre ao perder sangue demais, e Drácula enfrenta Van Helsing (Laurence Olivier), um caçador de vampiros que deseja aniquilá-la.
W.D. Richter, o argumentista, tinha escrito o argumento de "Invasion of the Body Snatchers" no ano anterior, e parte para este trabalho, que era uma adaptação de uma peça de teatro, que, por sua vez, era adaptada do "Drácula" de Bram Stoker, escrito em 1897. Muitas diferenças no argumento, e John Badham na realização. Ele que tinha realizado "Saturday Night Fever", no ano anterior, e queria libertar-se um pouco da imagem que esse mega sucesso lhe deixara. E, de certa forma conseguiu, pois realizou uma série de filmes em registos diferentes, na década de oitenta, embora a maioria dos seus filmes fosse para um público mais juvenil, como os casos de "War Games" e Short Circuit".
Neste filme Badham consegue criar uma atmosfera bastante competente, necessária para nos introduzir ao mundo do vampiro, recuperando alguns elementos estéticos do clássico de 1931 juntando o máximo de referências narrativas e simbólicas, tanto do livro como do género terror.
Um destaque para a interpretação de Frank Langella, que embora não sendo das melhores, acabaria por ser bastante interessante. O elenco de apoio também era de muito valor, com destaque para Laurence Olivier e Donald Pleasence.

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sábado, 30 de agosto de 2014

Choque de Titãs (Clash of the Titans) 1981



Ao responder a um enigma aparentemente impossível, Perseu, o filho de Zeus, ganha a mão da Princesa Andrómeda em casamento. Mas os problemas surgem com o aparecimento de Calibos, o antigo amor da princesa, e com a mãe dele, a deusa Thetis. Para impedir que o temido Kraken seja liberto, Andrómeda tem de ser sacrificada e Perseu vai em busca de Medusa, porque a cabeça dela é a única coisa que pode deter o Kraken.
Embora seja mais conhecido como o último trabalho em stop-motion pelo mágico Ray Harryhausen, é nos cenários imaginativos,  vilões coloridos, e cenas de acção muito bem desenvolvidas por Desmond Davis, que reside a força do filme. Podemos mais facilmente lembrar-nos das cenas-chave do filme, do que de toda a história, porque a força dessas cenas é mais do que suficiente para garantir que o filme siga a bom porto.A sequência de batalha entre Perseu e Medusa é talvez a cena mais marcante do filme, a enormidade de Kraken, o detalhe de Bubo, a coruja mecânica, o gracioso galopar de Pegasus, a letalidade dos escorpiões gigantes, e o olhar sinistro de Calibos - tudo criações de Harryhausen, que combinam bem com a live action, infundindo no filme uma sensação fantástica.
E depois ainda há a destacar o elenco, apesar de alguns actores serem pouco mais do que meros figurantes: Laurence Olivier, Claire Bloom, Maggie Smith, Ursula Andress, Harry Hamlin (como Perseu), Burgess Meredith, entre outros.

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

O Homem da Maratona (Marathon Man) 1976


Doc Levy (Roy Scheider), é um agente secreto americano, de quem é pensado ter roubado um enorme valor em diamantes (originalmente roubado de um campo de concenteação de judeus), é morto pelo maldoso ex-nazi Szell (Laurence Olivier), um antigo dentista de um campo de concentração de profissão. Szell chegou a Nova York para recuperar a fortuna em diamantes de um cofre, e rapta o irmão de Doc, o solitário, idealista e estudante judeu, Babe Levy (um Dustin Hoffman de 38 anos de idade a interpretar um estudante de universidade na casa dos 20), que não sabe nada sobre a vida secreta do irmão. 
Em duas cenas angustiantes e sombrias (esta cena infame foi dividida em dois segmentos), o sádico dentista Szell, a essência do mal perturbador, tortura o amarrado Babe usando uma série de instrumentos dentários numa bandeja. A cena que se segue é uma das sequência de tortura mais angustiantes de que há memoória na história do cinema.
Porque lidava directamente com questões de criminosos de guerra e a presença cada vez mais assustadora do reinado de terror nazi na vida dos judeus sobreviventes (quando o filme saíu para a rua, tinha passado apenas 30 anos desde a libertação dos judeus), Marathon Man tem uma tendência um pouco enervante que teria sido melhor aproveitada se o realizador e os produtores não o tivessem ordenado tanto para as emoções nervosas. É uma prova do intervalo livre do cinema americano na década de 70, onde os thrillers comerciais de grande orçamento como este estavam dispostos a lidar com estes assuntos, mas faz-nos pensar se Goldman e Schlesinger não teriam encontrado uma outra maneira de tornar o trabalho mais provocante.
Laurence Olivier conquistaria aqui a sua nona nomeação ao Óscar, como actor secundário. 

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