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sábado, 16 de outubro de 2021

Desafiando o Perigo (The Bedford Incident) 1965

 "The Bedford Incident" retrata o choque de vontades nacionalistas durante a guerra fria, e os resultados de um confronto entre as forças dos Estados Unidos e da Rússia. O capitão Eric Finlander, um capitão naval experiente, ganhou uma reputação de capitão confiante, que pode ser duro com as suas tropas de vez em quando. É especialmente exigente com o desempenho de Ensign Ralston, um jovem oficial novo no contratorpedeiro, que Finlander acredita ter potencial se for treinado da maneira correcta - a  sua maneira. A nova missão de Finlander é a atribuição do comando do USS Bedford, um recém lançado destruidor naval, cuja missão é erradicar submarinos hostis do Atlântico Norte.
Devido ao aumento de atenção dos média sobre a guerra fria, o governo deu autorização a um jornal para entrevistar o capitão e documentar as actividades do navio. Ben Munceford é o civil selecionado para acompanhar o navio na sua patrulha de rotina. É um jornalista veterano queparece pouco hesitante sobre o poder, e o capitão deixa claro desde o inicio que vê o jornalista como uma distração desnecessária. Finlander também está chateado com outra decisão do alto comando, a quem ele sente terem prestado um péssimo serviço, enviando um médico substituto.
"The Bedford Incident" é o outro filme selecionado pela Columbia, em conjunto com "Bunny Lake is Missing", para testas as leis da censura inconstitucionais do Kansas.  Apesar de uma condenação informal do filme por exibir uma visão demasiado liberal ao retratar o confronto de um destruidor da marinha com um siubmarino russo como uma situação sem saída, o filme não foi banido nem censurado em mais nenhuma cidade do país. Em Novembro de 1965 a Columbia tentou exibir o filme no Kansas sem pedir selo de aprovação, decisão que foi vedada pelo tribunal. O caso seguiu para julgamento em conjunto com "Bunny Lake is Missing", o filme que vimos no post anterior, tendo a distribuidora levado a melhor.

sábado, 6 de março de 2021

Com o Amor Nasceu o Ódio (Road House) 1948

O proprietário de uma casa de espectáculos numa pequena cidade do interior, Jefty, contrata em segredo a cantora Lily Stevens, contra a opinião do seu gerente Pete Morgan. Jefty sente-se atraído por Lily, que, por sua vez, exercita um certo fascínio sobre o resistente Pete. Quando Pete finalmente se apaixona por ela e ela recusa o pedido de casamento de Jefty, a situação irá atingir um nível totalmente inesperado.
"Road House" era um filme para Ida Lupino brilhar. A sua estranha forma de atração causa uma briga entre amigos, uma "femme fatale" indirecta. Uma personagem central feminina fortemente desenvolvida, em pleno auge do "film noir", que é o motor que impulsiona todo o drama e conflito. 
Realizado por Jean Negulesco, a trabalhar pela segunda vez com Lupino, é o último de uma série de cinco noirs realizados pelo realizador romeno, sendo também o melhor desses cinco filmes. É um filme memorável graças a uma interpretação corajosa de Ida Lupino, como uma cantora de cabaret cínica que encontra o amor. O filme tem um momento que ficou famoso, com a actriz a cantar "One for My Baby", com acompanhamento de piano solo de blues, onde toda a sua sensualidade é palpável e provocante. 
Richard Widmark também tem uma presença forte, como Jefty, apenas no seu terceiro papel, e depois de ter conseguido uma nomeação para o Óscar na estreia, com "Kiss of Death", de Henry Hathaway, outro Noir, território onde ele se estava a tornar especialista. No elenco destacam-se ainda Cornel Wilde e Celeste Holm. 
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O Homem das Pistolas de Ouro (Warlock) 1959

A cidade de Warlock é atormentada por um gang, levando os moradores a contratarem Clay Blaisdell, um pistoleiro famoso, para interceder como marshall. Quando Blaisdell chega, vem acompanhado pelo amigo Tom Morgan, um jogador que é extraordinariamente protetor da vida e da reputação de Blaisdell. Entretanto, Johnny Gannon, um dos antigos fora-da-lei, oferece-se para aceitar o cargo de xerife oficial por rivalidade com Blaisdell, e uma mulher chega à cidade acusando Blaisdell e Morgan de terem assassinado o seu noivo. O palco está montado para um conjunto complexo de conflitos morais e pessoais. 
Apesar dos seus primeiros filmes lidarem mais com diversas questões sociais, o trabalho posterior de Edward Dmytryk, particularmente as produções de grande orçamento em CinemaScope, muitas vezes apresentavam elementos de injustiça em escala mais épica. "Warlock" lida com os habitantes insignificantes de uma pequena cidade, mas o brilho de uma grande fotografia em widescreen trai um pouco a verdadeira intimidade do drama. A realização de Dmytryk, no entanto, mantém um equilíbrio sólido de ação, tensão constante, e o tumulto de duas linhas de personagens específicos: Henry Fonda com a sua raça de homem da lei contratado, e Richard Widmark a superar a pressão dos colegas, assumindo na comunidade uma vital posição para o benefício da cidade. Adaptado da novela de Oakley Hall, pelo argumentista Robert Alan Authur, este é um western agradável evocando generosamento os conflitos e a ação do incidente de OK Corral, embora por outras palavras. 
O elenco é magnifico, e conta com caras conhecidas, como Richard Widmark, Henry Fonda, Anthony Quinn, Dorothy Malone, e Dolores Michaels.

sábado, 5 de setembro de 2020

O Jardim do Diabo (Garden of Evil) 1954

Três americanos que se dirigem para os campos do Ouro da Califórnia, vão parar a uma pacata vila Mexicana, onde lhes é oferecida a tarefa de seguir uma senhora mas profundezas das montanhas infestadas de índios no México, para resgatar o marido da mulher, preso num desabamento na sua mina de ouro. Pelo trabalho eles recebem 2 mil dólares cada um, enquanto que cada um faz os seus planos para ficar com a mulher, e talvez mesmo a mina de Ouro.
Produzido em 1954 pela 20th Century Fox, foi um dos primeiros filmes em Cinemascope, lançado para atrair o público da TV de volta aos cinemas. O tema da ganância é roubado mais obviamente, embora com muito menos imaginação, a "O Tesouro da Sierra Madre", feito sete anos antes. 
Filmado em exteriores no centro do México, com as montanhas cinzentas para sustentarem o tema austero, tinha uma equipa de produção fabulosa: realização de Henry Hataway, Milton Krasner na fotografia, montagem de James B. Clark, música de Bernard Hermann, e um grande naipe de actores, como Grary Cooper, Susan Hayward, Richard Widmark, Hugh Marlowe ou Cameron Mitchell. Mesmo assim algo correu mal, e o filme caíu no esquecimento com o passar dos anos. Dizem que foi por causa do produtor Charles Brackett cujo nome nem aparece nos créditos.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O Demónio dos Mares (Hell and High Water) 1954



"Hell and High Water" de Samuel Fuller tem Richard Widmark como ex-capitão de um submarino que se tornou mercenário, Adam Jones. Jones sendo pago por uma força internacional sombria para transportar o cientista nuclear francês Professor Montel (Victor Francen) e a sua bela assistente, Denise Gerard (Bella Darvi) para uma ilha isolada do Alasca, para investigar possíveis atividades comunistas. Isto é muito mais do que um thriller de aventuras político, com os olhos doces de Bella Darvi cuja personagem Denise Gerard tem a tripulação de Jones a ficar louca por ela.
O filme em si é um pouco estereotipado e cobre terreno que já era conhecido para Fuller, que recentemente tinha dirigido "Baionetas Caladas", em 1951. De uma perspectiva mais moderna é relativamente simples dissecar os motivos do grupo multi-nacional ambíguo, em investigar o possível "mal" no Alasca antes de instigar a acção militar. No pós-guerra, nos EUA, era fácil de entender como os filmes de Fuller eram tão duradouros e populares e , até certo ponto, até hoje.O filme é emocionante. A ação sempre foi uma espécie de marco para um filme de Fuller, e é aqui bem tratada com alguns tiroteios impressionantes que servem para dar ao filme uma sensação mais envolvente. A tripulação a bordo do submarino de Jones também é composta por elementos bastante agradáveis, e serão do agrado de qualquer fã do trabalho de Fuller. 
Widmark, como sempre, revela-se o ponto alto do filme, como fez em algum do seu trabalho com o realizador. Como um dos actores mais interessantes do seu tempo Widmark tinha um dom inimitável em interpretar papéis cínicos. Isto foi melhor caracterizado pelo seu papel no filme de Fuller em 1953, Pickup on South Street, onde ele acidentalmente se depara com microfilme altamente sensível e desencadeia uma guerra silenciosa entre os EUA e os seus inimigos comunistas. O seu retrato corajoso e áspero de mercenário é sempre agradável, mesmo num filme que pode não ter representado a grandeza Fuller.
Legendado em espanhol.

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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Mãos Perigosas (Pickup on South Street) 1953



Fuller sempre foi considerado como uma grande contradição, uma quintessência do cineasta americano-duro, impetuoso, melodramático, no entanto tinha uma sensibilidade artística, que fizera dele ser muito amado na Europa, especialmente em França, onde viveu e trabalhou durante os últimos 15 anos da sua vida. Os seus filmes raramente eram leves, mas sempre foram mais inteligentes do que seria de esperar, e ele permanece até hoje como um dos cineastas mais talentosos visualmente a trabalhar com uma câmera. Como Alfred Hitchcock, Martin Scorsese e Stanley Kubrick, ele tinha um sentido inato de onde colocar a câmera e como movê-la para obter o efeito máximo.
Sem o talento e o compromisso de Fuller, Pickup on South Street provavelmente teria sido apenas mais um medíocre filme noir. Obcecado com as experiências vividas nos degraus mais baixos da escada social, Fuller transformou o filme num documento social intrigante, bem como num thriller de centralização em torno de um trio de personagens um pouco antipáticas: um carteirista, uma prostituta e um delator profissional. Apesar do comportamento anti-social, era exatamente o tipo de coisa que o Código de Produção queria banir ou pelo menos punir, eles emergem de uma cuidadosa estruturada mise-en-scène, com personagens totalmente humanas que ganham a nossa simpatia e a nossa identificação. 
Richard Widmark, estigmatizado como um actor decadente, interpreta Skip McCoy, um carteirista profissional, que é um perdedor por natureza, várias vezes preso, e portanto, com potencial para passar o resto da vida na prisão se for preso mais uma vez. Isso não o impediu, no entanto, de roubar a carteira de Candy (Jean Peters), uma jovem no metro. Acontece que Skip roubou mais do que esperava, porque Candy trabalhava como mensageira para o seu ex-namorado, um bandido chamado Joey (Richard Kiley), que anda a vender segredos para um grupo de espiões comunistas. A carteira de Candy contém um  microfilme do governo com a fórmula de um produto químico secreto, e uma vez roubada, é alvo de ambos os lados da Guerra Fria: o FBI e os "reds".
A existência de um ângulo comunista em Pickup on South Street tem pouco a ver com o patriotismo sentido por Fuller (quando o carteirista anti-herói diz “Don’t wave a flag at me,”, quase o podemos ouvir dos próprios lábios de Fuller). Pelo contrário, a sua inclusão resulta principalmente do facto de que ele foi feito bem no meio de um ciclo de filmes anti-comunistas de Hollywood. Era difícil fazer um thriller naquela altura sem incluir estalinistas debaixo da cama de alguém. A insignificância dos comunistas no filme é ressaltada porque Fuller foi capaz de escrevê-los, alterando as legendas para se referirem a traficantes de drogas, e assim nem um único frame do filme teve que ser editado para disfarçar o conteúdo político do filme.De certa forma, a inclusão dos comunistas como os bandidos é o ponto mais fraco do filme, porque ele se sente como um ajuste de forças. Fuller está claramente mais interessado na vida dos seus personagens principais do que está na perseguição à esquerda. Os melhores momentos do filme são quando os seus personagens centrais estão no seu estado mais vulnerável, porque é aqui que vemos a sua humanidade.
Widmark transforma o seu personagem numa peça convincente, apesar das suas tendências claramente anti-sociais. Apesar de ser um criminoso não-violento, Skip tem uma veia obscura pulsando debaixo da sua pele, e as cenas em que ele brutaliza estão entre as mais difíceis o nosso estômago .
Ainda assim, Pickup on South Street funciona muito melhor do que a maioria dos filmes da sua espécie. Fuller estabelece uma realidade corajosa para o que é uma mistura um tanto fantasiosa do melodrama de crime e paranoia da Guerra Fria . Fuller e o director de fotografia Joe MacDonald, dão a este filme o olhar noir das sombras escuras, mas o que mais vem à mente é a sensação de claustrofobia visual que transborda nos envolvimentos emocionais dos personagens


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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Alvarez Kelly (Alvarez Kelly) 1966



Alvarez Kelly (1966) conta-nos a história de um senhor do gado cuja manada se torna objeto de uma guerra entre a União e as forças Confederadas durante os dias em que os alimentos eram escassos na altura da Guerra Civil Americana. A história seria banal se não fosse pelo seu herói do mesmo nome, também conhecido como o Señor irlandês. Em contraste com os outros personagens, que prestam serviço sincera e inquestionavelmente para o cada lado da Guerra Civil, Kelly tem um relacionamento complexo e crítico para com os Estados Unidos.
Alvarez Kelly é um cowboy que acabou de pastorear durante três meses o seu gado através das pradarias para entregá-lo ao coronel da União Albert Steadman. Para sua decepção, Steadman informa-lhe que ele é quem agora vai levá-los de comboio para Richmond, na Virginia. Os homens discutem, mas Steadman aponta-lhe para as suas obrigações contratuais para entregar o gado para a área considerada mais urgente. Kelly acaba por concordar e leva os novilhos para leste, deixando claro que ele não dará o mínimo para quem ganhar a guerra, e só quer receber o seu salário. Ficamos a saber que ele anda envolvido na guerra da especulação, comprando gado por US $ 2 por cabeça e a vendê-los por US $ 20. Mas Kelly não é apenas um bom negociante renegado. A sua maneira inteligente de falar, salpicada com observações sarcásticas, dão indícios de que as suas motivações são mais complexas do que parecem. 
Uma história decente, um bom realizador e uma dupla de protagonistas sólida em William Holden e Richard Widmark são as coisas que mais jogam a favor deste western, "Alvarez Kelly". Mas há uma coisa que vai contra o filme. Apesar do filme ter quase 2 horas, os primeiros 80 minutos andam em círculos, estabelecendo personagens, mas na verdade não movendo a história para diante. O filme acorda para uma conclusão cheia de acção empolgante. A sua salvação é que as cenas de ação do final dão um novo sopro de vida. Caso contrário, a película seria feita por um argumento confuso que nunca funcionaria. Supostamente baseado num incidente verdadeiro da Guerra Civil, durante o cerco de Richmond.

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domingo, 1 de setembro de 2013

O Homem das Pistolas de Ouro (Warlock) 1959



A cidade de Warlock é atormentada por um gang, levando os moradores a contratar Clay Blaisdell, um pistoleiro famoso, para interceder como marshal. Quando Blaisdell chega, vem acompanhado pelo amigo Tom Morgan, um jogador que é extraordinariamente protetor da vida e da reputação de Blaisdell. Entretanto, Johnny Gannon, um dos antigos fora-da-lei, oferece-se para aceitar o cargo de xerife oficial por rivalidade com Blaisdell, e uma mulher chega à cidade acusando Blaisdell e Morgan de terem assassinado o seu noivo. O palco está montado para um conjunto complexo de conflitos morais e pessoais.
Apesar dos seus primeiros filmes lidarem mais com diversas questões sociais, o trabalho posterior de Edward Dmytryk, particularmente as produções de grande orçamento em CinemaScope, muitas vezes apresentavam elementos de injustiça em escala mais épica. "Warlock" lida com os habitantes insignificantes de uma pequena cidade, mas o brilho de uma grande fotografia em widescreen trai um pouco a verdadeira intimidade do drama. A realização de Dmytryk, no entanto, mantém um equilíbrio sólido de ação, tensão constante, e o tumulto de duas linhas de personagens específicos: Henry Fonda com a sua raça de homem da lei contratado, e Richard Widmark a superar a pressão dos colegas, assumindo na comunidade uma vital posição para o benefício da cidade. 
Adaptado da novela de Oakley Hall, pelo argumentista Robert Alan Authur, este é um western agradável evocando generosamento os conflitos e a ação do incidente de OK Corral, embora por outras palavras. O elenco é magnifico, e conta com caras conhecidas, como Richard Widmark, Henry Fonda, Anthony Quinn, Dorothy Malone, e Dolores Michaels.

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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Lança Quebrada (Broken Lance) 1954



Quase imediatamente Broken Lance impressiona com os seus frames em CinemaScope (foi um dos primeiros westerns a serem filmados com este processo). O filme abre com Robert Wagner a saír da prisão depois de lá ter passado três anos. A cena seguinte conta a mesma história, com Wagner a parecer diminuido e inconsequente ao entrar no prédio que abriga os negócios dos seus irmãos. Os três são guiados pelo mais velho, Richard Widmark, que faz a Wagner uma proposta de negócio - uma oferta para expandir a empresa familiar através da criação de um rancho no Oregon. Agora está em ruínas e abandonado, quase gótico na sua aparência e ainda tem o retrato do falecido patriarca da familia, que reconhecemos logo ser Spencer Tracy. Claro que não poderiamos ter um filme em que Tracy estaria morto, e assim, através de flashbacks, vamos sabendo do conflito familiar que levou à situação atual de Wagner, incluindo como ele foi parar à cadeia.
Broken Lance foi a primeira incursão de Dmytryk no western, portanto, uma ligeira mudança da norma pode não ter saído o esperado, mas a julgar pela carreira anterior - aquele em que ele fez uma série de fantásticos thrillers incluindo Farewell, My Lovely, Crossfire e The Sniper - teríamos imaginado em algo um pouco mais tenso do que realmente acontece. Claro, o western é uma forma altamente maleável e que pode facilmente acomodar as mudanças - e, como tal, não há nada de errado com um western melodramático.
O magnata de carne e cabelos brancos é Spencer Tracy. É um homem duro, que é cruel só porque teve de competir com homens cruéis por natureza. Ama o seu gado, as terras, os rios em que prosperaram porque derramou lá muito sangue, suor e amor. É apaixonadamente dedicado à sua "Señora" e ao filho mestiço, apesar das carrancas de uma de uma cidade da fronteira. Não tem uma boa relação com os filhos mais velhos, e a sua "Señora", por sua vez, é uma imagem da beleza nativa e muita dignidade como interpretada pela actriz mexicana Katy Jurado. Ela é modesta, mas desesperadamente ansiosa para agarrar o clã que ela ama. 
Apesar de dois dos filhos mais velhos serem apenas figuras dimensionais, a Richard Widmark, o mais velho, é dada a oportunidade de retratar uma personagem mais complexa. E, numa cena com o pai incapacitado, ele tira cá para fora todo o seu ódio. 
Robert Wagner, como o filho mestiço a quem todo o carinho dos pais é dado, é simplesmente um bem-parecido, mas estranhamente juvenil "vaquero" dada a sua postura mal-humorada. Jean Peters, como a filha do governador, por quem ele se apaixona, é uma personagem mais decorativa.

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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O Grande Combate (Cheyenne Autumn) 1964



Na sua carreira John Ford dirigiu alguns dos mais emblemáticos westerns da história do cinema, e estabeleceu um standard muito alto, e muito poucos chegaram perto de sequer igualar a sua classe. Isto, de certa forma, faz com que assistir a "Cheyenne Autumn" seja uma experiência um pouco triste, não só porque era para ser o último western de Ford, mas também porque não atingiu os padrões habituais do realizador. Tem alguns dos toques habituais de Ford, e não era apenas a paisagem do Monument Valley, mas este é um filme sangrento que tenta fazer a poderosa história dos Cheyenne regressarem ao seu lar ancestral mais poderoso, mas acaba por não o fazer da melhor forma.
Tendo mantido a sua parte de um acordo e mudarem-se para uma reserva, os Cheyenne cansam-se de esperar pelo governo dos EUA para defender o seu lado, fornecendo-lhes as suas necessidades na sua nova casa. Traidos, os Cheyenne embarcam numa jornada de 1.500 milhas através do país para regressarem ao seu lar ancestral, mas tendo agora quebrado a promessa, deixando a reserva, têm agora o Exército dos EUA no seu encalço. O capitão da cavalaria dos EUA, Thomas Archer (Richard Widmark) é obrigado a garantir o regresso dos Cheyenne para a reserva, mas do modo como ele conduz a acção, começa a entender e a simpatizar com eles, bem como ver o quão mal o governo dos EUA os tratava. É isso que o leva a agir contra as suas ordens e tentar ajudá-los.  
Um dos pontos fortes de "Cheyenne Autumn" é que somos levados a simpatizar com os Cheyenne, e ao contrário dos westerns que Ford fez antes, os indios não são retratados como selvagens. Também simpatizamos com Archer porque ele parece entender porque os Cheyenne sentem a necessidade de voltar para casa. talvez acção, bem como um toque de romance mas quando a história avança, em vez de se debruçar apenas dos clichês dos Westerns, é sobre o porquê dos Cheyenne sentirem a necessidade de arriscar as vidas a fim de voltar para casa. 
Mas o problema é que "Cheyenne Autumn" é um filme longo demais, com uns 154 minutos que se arrastam. Percebemos que John Ford realmente queria destacar a incrível viagem que fizeram os indios, bem como a coragem que os levaram a fazê-lo, destacando a ignorância do Exército dos EUA e do governo. Também não ajuda que haja uma série de cenas passadas em Dodge City, onde encontramos Wyatt Earp e Doc Holliday, que pouco têm a ver com a história real.
Também é necessário falar do enorme elenco, com quase toda a família fordiana, e não só: Richard Widmark, Carroll Baker, Sal Mineo, Karl Malden, Dolores del Rio, Ricardo Montalban, Arthur Kennedy, Patrick Wayne, John Carradine, George O'Brien, James Stewart (como Wyatt Earp) e Edward G. Robinson.
Ainda assim, é um filme imperdível. 

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