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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Following (Following) 1998

"Jeremy Theobald, o protagonista de "Following", pratica um desporto pouco comum: gosta de seguir pessoas na rua, observando as suas deslocações e formas de comportamento. Objectivo: recolher material de inspiração para a escrita do seu primeiro romance... 
 Quando vemos, agora, "Interstellar", é inevitável associarmos o seu realizador, Christopher Nolan, a modelos grandiosos de produção, ligados aos estúdios de Hollywood. O certo é que ele começou em Inglaterra (nasceu em Londres, em 1970), precisamente com este "Following", um objecto austero e fascinante, rodado a preto e branco, em película de 16 mm — enfim, um caso exemplar de produção independente. 
 À medida que o protagonista desenvolve a sua insólita actividade, vai-se instalando um crescente mal-estar. E não apenas porque há qualquer coisa de grosseiro no voyeurismo do candidato a escritor. Também porque, a pouco e pouco, ele se vê envolvido num submundo que não controla — "Following" começa como uma espécie de jogo policial para, a pouco e pouco, se transfigurar numa aventura de estranhos assombramentos. 
 Depois de "Following", Nolan dirigiu "Memento" (2000), título que o projectou decisivamente nos circuitos da crítica internacional e também no espaço da difusão de "arte-e-ensaio". O resto da história, com Batman pelo meio, é bem conhecido — o certo é que, com o passar dos anos, "Following" foi-se transformando num caso sério de popularidade cinéfila e, por fim, num genuíno filme de culto."
* Texto de João Lopes.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Memento (Memento) 2000

Leonard (Guy Pearce) vive obcecado por encontrar a pessoa que provocou a morte da mulher e lhe causou uma forma de amnésia selectiva que o leva a apagar todas as reminiscências posteriores a esse acontecimento. Essa falha de memória, que não lhe permite reter os acontecimentos recentes, obriga-o a criar estratégias para fixar as informações importantes do dia-a-dia: polaróides anotadas, notas dispersas, um volumoso arquivo e informações tatuadas no próprio corpo. Mas, ao mesmo tempo que a investigação avança, questões mais complexas vão surgindo: Quem é ele? Quais são as pessoas de confiança? Quanto mais procura pela verdade, mais Leonard se vê enredado na incerteza…
Apesar de ser uma das joias mais negligenciadas do início do século 21, "Memento" ganhou popularidade por ser um dos mais únicos "whodunnits" a saír para as salas em muitos anos. Embora se enquadre no grupo dos filmes populares que tem sido norma nos últimos anos, "Memento" consegue escapar deste grupo já que a forma como a narrativa se desenvolve (cada cena tem lugar no dia antes da última) é ela própria um truque. É uma óptima ideia que funciona engenhosamente, de tal forma que, quando todas as peças parecem estar a encaixar-se, mais dúvidas persistem.
"Memento", apesar de ser único no seu estilo em muitos aspectos, provavelmente deveria ser mais visto como um filme evolucionário do que revolucionário. Dentro dos limites da trama, "Memento" é, na sua essência, um thriller, com manipulações que seriam previsíveis dentro dos limites usuais do género. Onde "Memento" se separa do resto é no caminho com o qual o realizador/ argumentista Christopher Nolan escolheu contar a sua história, através de flashbacks de flashbacks de um homem que não se lembra de nada. Em vez disso ele confia o seu julgamento com base nas anotações e fotos que ele tira diariamente, construindo o caso de um assassinato usando os factos e sentimentos que podem ocorrer a qualquer momento, para ajudá-lo no dia a dia.

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