Mostrar mensagens com a etiqueta Ted Kotcheff. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ted Kotcheff. Mostrar todas as mensagens
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
Alguém Anda a Matar os Grandes Chefes da Europa (Who Is Killing the Great Chefs of Europe?) 1978
Max (Robert Morley) é um "chef" europeu decadente, e a concorrência é um enorme perigo. Quando outros grandes "chefs" são encontrados mortos, assassinados de acordo com a especialidade de cada um, por exemplo, o "Chef" dos frutos do mar é encontrado afogado, Max passa a ser o principal suspeito.
Entretanto, a sua ex-mulher (Jaqueline Bisset), também ela "chef" de cozinha, começa a ser reconhecida, e ele temendo pela vida dela, começa uma busca pelo assassino.
Ted Kotcheff dirige este agradável filme sobre mistério no mundo da culinária baseado num livro de Nan e Ivan Lyons, chamado "Someone is Killing the Great Chefs of Europe", que possui uma grande abundância de cenas de deixar água na boca, e onde pratos de tirar o fôlego são meticulosamente preparados. Também temos direito a uma boa parcela de gore, à medida que cada chefe é morto de acordo com a sua especialidade. Enquanto estamos bastante certos de que sabemos quem é o principal suspeito, existe uma subtrama romântica entre Bisset e George Segal, que ajuda a levar o filme para a frente. Robert Morley está maravilhoso como o obeso mórbido cujo amor pela boa comida coloca em risco a sua própria vida (ele conseguiu uma nomeação para os Globos de Ouro para melhor actor secundário com este filme). O filme conta ainda com aparições de alguns notáveis actores franceses, como Philippe Noiret e Jean Rochefort.
Ted Kotcheff mantém o nível muito eficazmente, a um ritmo bastante acelerado. Faz um grande uso de restaurantes de luxo, e outros cenários de Veneza. Uma comédia muito divertida.
Link
Imdb
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Adivinhe Quem Vem Para Roubar (Fun with Dick and Jane) 1977
Dick Harper (George Segal) e a sua atraente jovem mulher (Jane Fonda) estão habituados a uma vida confortável. Acabaram de construir uma piscina em casa quando Dick é despedido inesperadamente, deixando-o com enormes dívidas sobre a casa. Tentam esconder isto dos vizinhos, e cortam nas despesas, mas depressa começa a ser óbvio que viver do subsidio de desemprego os enloquece, e é incerto se conseguem manter a casa. Os dois não vêm outra alternativa senão roubar...
Jane Fonda a mostrar o seu talento para a clássica screwball comedy dos anos setenta, neste filme dirigido por Ted Kotcheff. As linhas entre o certo e o errado, o bom e o mau são alegremente cruzadas nesta sátira aos valores americanos. Todos os sectores da sociedade são atacados com igual prazer. Segal e Fonda triunfam nos seus papéis exibindo um excelente timing cómico. Ao longo dos anos, Segal mostrou-se como um dos interessante talento cómico, principalmente nos anos 60 e 70.
Mas se o filme faz troça da ruína financeira e da desintegração da classe média, não quer dizer de todo que seja uma comédia negra. É interessante como este filme antecedeu a tendência de "downsizing" alguns anos antes deste termo se ter tornado comum. Rimo-nos destas situações, mas no fundo da nossa mente sabemos que não sairíamos melhor.
Alguns anos mais tarde (2005) teve um remake, interpretado por Jim Carrey e Tea Leoni.
Link
Imdb
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Amigos Até ao Fim (Billy Two Hats) 1974
Um "buddy western" que contava com Gregory Peck no papel de um velho escocês chamado Deans, e Desi Arnaz Jr. no personagem do título, como um mestiço. Os dois são assaltantes de bancos, perseguidos por um Xerife (Jack Warden) que não consegue perceber a amizade destes dois, principalmente porque é um solitário e um racista.
"Billy Two Hats" foi o primeiro western americano a ser filmado em Israel. Realizado por Ted Kotcheff, o filme era produzido por outro canadiano, Norman Jewison, que na altura contava já com um considerável número de êxitos, como "In the Heat of the Night" (1967) ou "Fiddler on the Roof" (1971). Com o envolvimento de Jewison, não seria de estranhar que o filme tivesse foco nas questões sociais - neste caso as relações raciais, já que um dos protagonistas era meio índio. Por isso mesmo, era um western um pouco estranho, mesmo tendo em conta que o filme fosse de 1974, e já houvesse uma maior liberdade de movimentos no cinema americano. Temos dois protagonistas a interpretarem papéis de etnias diferentes da sua.
Se Gregory Peck era uma velha estrela em declínio, tal como o género aqui retratado, o western, Desi Arnaz Jr tinha apenas 20 anos quando aqui apareceu como protagonista. Era filho da actriz Lucille Ball e do actor e músico cubano Desi Arnaz.A sua carreira como actor nunca foi muito mais longe do que algumas séries de televisão ou telefilmes, por isso mesmo este papel de protagonista era um caso raro. Já Jack Warden aparece muito bem no papel do solitário xerife, movido muito mais pelo ódio do que pela vontade de fazer cumprir a lei.
O argumento acaba por se tornar secundário, perdendo para o simbolismo e a mensagem, que pareceram pretensiosos e arrogantes para o período em que foi feito.
Link
Imdb
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Wake in Fright (Wake in Fright) 1971
John Grant (Gary Bond) é um professor ligado a uma pequena escolaem Tiboonda, um local desolado no interior da Austrália. Ele mal consegue esperar para voltar para Sydney, para as férias do Natal de seis semanas. Mas, ao passar uma noite em Bundanyabba, uma pequena cidade mineira, fica a conhecer a cena do jogo local, e vê isso como uma forma de voltar para a civilização. O pior é que não existe tal coisa como dinheiro fácil, e em breve ele vai pagar as consequências...
Suar. Pó. Cerveja. Violência. Estes são os quatro factos da vida em "Wake in Fright", de Ted Kotcheff. Um filme australiano pensado perdido ao longo de mais de duas décadas, e que se ergue ao lado de obras como "Mad Max" ou "Picnic at Hanging Rock" como dos filmes mais influentes deste país. Poucos filmes conseguem ser tão impressionantes e brutalmente belos como esta obra de Ted Kotcheff. A história de um professor que desce ao seu próprio inferno, depois de ficar preso numa pequena cidade australiana.
Adaptado de um livro do mesmo nome, do australiano Kenneth Cook, o título é derivado de uma linha do livro onde se pode ler "may you dream of the devil and wake in fright", e o argumento foi adaptado por um inglês que nunca visitou a Austrália, Evan Jones, realizado por um canadiano residente em Londres (na altura), e um elenco formado por actores ingleses. Viria a ser nomeado para a Palma de Ouro em 1971, mas desapareceu de circulação pouco depois de estrear nas salas (re-nomeado para "Outback"). Anthony Buckley, o técnico de montagem do filme, seguiu a suposta única cópia do filme até Philadelphia, onde terá sido incinerada. Depois de re-encontrado e restaurado o filme voltaria a ser apresentado em Cannes em 2009, por Martin Scorcese, partilhando com ""L’Avventura" de Antonioni o título de únicos filmes a serem apresentados duas vezes em Cannes.
O filme é um brilhante conto existencial sobre a vida de um inocente numa viagem de auto-descoberta para encontrar a sua verdadeira natureza, que deve descobrir o seu próprio caminho através de mitos estabelecidos que encontra sobre a beleza das amizades, e a cultura machista que se vivia no interior australiano. Há um poder que transcende qualquer senso de realidade, ou de violência, ou noção pré-concebida de romantizar o interior fazendo do protagonista um anti-herói como uma personagem a viver uma mentira quando sai fora do seu elemento natural.
Link
Imdb
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Escândalo na Alta Roda (Life at the Top) 1965
Joe Lampton pensa que tirou a sorte grande casando com a filha do patrão, na pequena cidade onde vive. Mas ele começa a desconfiar que está a ser marginalizado no trabalho, e manipulado pelo seu sogro, tanto no trabalho como na vida pessoal. Mesmo assim ele ignora uma oferta de trabalho em Londres, e a aproximação de uma apresentadora de TV chamada Norah. Entretanto ele descobre que a sua mulher está a ter uma relação extraconjugal, e reconsidera em ambos os casos.
Em 1958 houve um filme chamado "Room at the Top", um dos principais impulsionadores do chamado "novo cinema inglês" que explodia nos anos 60, que dramatizava as ambições desmedidas de um tal Joe Lampton, que subia a pulso para fora do sombrio mundo da classe trabalhadora, primeiro seduzindo, e depois casando com a filha do patrão, alcançando assim uma posição no topo. "Life at the Top" é a sequela, e Lampton mais uma vez é retratado por Laurence Harvey, agora dez anos mais velho, um homem rico, executivo com uma mulher bonita e dois filhos, uma casa no campo e um Jaguar. Mas apesar de agora andar com as unhas limpas está insatisfeito, e ficar insatisfeito não é para Joe Lampton.
Mas "Life at the Top" é mais do que uma mera sequela. Se não consegue ser tão bom como o original é porque tem poucas surpresas, a personagem de Lampton, ficou estabelecida desta forma, e isso não muda, o que é pena.
Filme de estreia do canadiano Ted Kotcheff, que aos 26 anos tinha emigrado para Inglaterra onde começou a carreira a realizar episódios de séries e filmes para TV. Poucos anos depois este filme dava origem a uma série de TV chamada "Man at the Top", com Kenneth Haigh no papel de Joe Lampton.
Legendado em espanhol.
Link
Imdb
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Ted Kotcheff - Antes do Rambo
É de uma estranha ironia que um dos filmes australianos mais importantes de sempre, e que lançou o movimento da nova vaga do cinema australiano, influenciando realizadores como Bruce Beresford, Fred Schepisi ou Peter Weir, foi na verdade de um canadiano. Ted Kotcheff era o realizador, e o filme chamava-se "Wake in Fright". Um odisseia desoladora de um professor que fica encalhado numa pequena localidade do interior. Uma autêntica obra de culto que de repente desapareceu de circulação, e que se julgava perdida durante 30 anos. Uma cópia reapareceu na década passada, e o filme voltou a ser falado entre os circuitos mais alternativos.
Durante anos aconteceu à reputação de Kotcheff o mesmo que aconteceu com o filme. Hoje é mais conhecido por ser o realizador de "First Blood", o primeiro Rambo, realizado em 1982. Podemos mesmo dividir a carreira deste realizador em duas fases, o "antes de Rambo", e o "depois de Rambo". A fase posterior ao filme protagonizado não é das melhores. Muitos filmes para televisão, muitos filmes fracassados, apesar de ter conseguido um êxito com a comédia "Fim de Semana Com o Morto", uma agradável surpresa do final dos anos 80.
Pela altura de ter realizado "First Blood" Kotcheff já tinha uma carreira considerável, já vinha a realizar filmes à cerca de 20 anos, sempre em direcção oposta às tendências de Hollywood. Era um dos chamados "mavericks", realizadores que se opunham ao sistema comercial e que por causa disso os seus filmes nunca foram muito bem vistos.
Claro que aqui no M2TM gostamos muito destes realizadores, e um dos meus objectivos para 2015 é de recordar alguns destes realizadores esquecidos nos anos 70, e vamos começar exactamente por Ted Kotcheff.
Infelizmente vou ter de deixar de fora um dos seus filmes mais importantes: "The Apprenticeship of Duddy Kravitz", vencedor do Urso de Ouro em Berlim, em 1974.
Aqui fica a programação da Semana:
Segunda: "Life at the Top" (1965)
Terça: "Wake in Fright" (1971)
Quarta: "Billy Two Hats" (1974)
Quinta: "Fun with Dick and Jane" (1977)
Sexta: "Who Is Killing the Great Chefs of Europe?" 1978
Espero que o ciclo seja do vosso agrado.
Durante anos aconteceu à reputação de Kotcheff o mesmo que aconteceu com o filme. Hoje é mais conhecido por ser o realizador de "First Blood", o primeiro Rambo, realizado em 1982. Podemos mesmo dividir a carreira deste realizador em duas fases, o "antes de Rambo", e o "depois de Rambo". A fase posterior ao filme protagonizado não é das melhores. Muitos filmes para televisão, muitos filmes fracassados, apesar de ter conseguido um êxito com a comédia "Fim de Semana Com o Morto", uma agradável surpresa do final dos anos 80.
Pela altura de ter realizado "First Blood" Kotcheff já tinha uma carreira considerável, já vinha a realizar filmes à cerca de 20 anos, sempre em direcção oposta às tendências de Hollywood. Era um dos chamados "mavericks", realizadores que se opunham ao sistema comercial e que por causa disso os seus filmes nunca foram muito bem vistos.
Claro que aqui no M2TM gostamos muito destes realizadores, e um dos meus objectivos para 2015 é de recordar alguns destes realizadores esquecidos nos anos 70, e vamos começar exactamente por Ted Kotcheff.
Infelizmente vou ter de deixar de fora um dos seus filmes mais importantes: "The Apprenticeship of Duddy Kravitz", vencedor do Urso de Ouro em Berlim, em 1974.
Aqui fica a programação da Semana:
Segunda: "Life at the Top" (1965)
Terça: "Wake in Fright" (1971)
Quarta: "Billy Two Hats" (1974)
Quinta: "Fun with Dick and Jane" (1977)
Sexta: "Who Is Killing the Great Chefs of Europe?" 1978
Espero que o ciclo seja do vosso agrado.
Subscrever:
Mensagens (Atom)