A vida dura e intolerável de uma família de quatro pessoas, os únicos habitantes de uma pequena ilha japonesa no arquipélago de Setonaikai. Eles cultivam uma colheita de batatas e trigo para comer e vender, mas a cruel ironia é que na ilha em que vivem não têm água potável para beber e irrigar os campos.
"A Ilha Nua" foi o improvável primeiro sucesso internacional do prolífico autor japonês Kaneto Shindô, que já tinha dirigido 14 longas metragens na década anterior, incluindo o provocador "Children of Hiroshima" (1952), que disputou a sexta edição do Festival de Cannes. Esta 15ª longa-metragem de Shindô é apresentada no formato de documentário sobre a luta diária de uma pequena família para cultivar um terreno árido numa ilha isolada, que tornou essa ilha conhecida para o mundo, depois de ter ganho o Grand Prix do Festival de Moscovo, e tornar-se um sucesso de bilheteira imprevisto, que acabou por salvar a produtora de Shindô, a Kindai Eiga Kyokai. Mesmo assim o filme ainda teve algumas críticas de japoneses, que estavam preocupados com o retrato de uma família camponesa isolada, que dava uma imagem primitiva do Japão.
"Hadaka no Shima" é a verdadeira essência do cinema minimalista. Não existem realmente diálogos no filme, e é pouco preciso na história. Shindô pretendia que o filme fosse uma espécie de experiência, uma tentativa de fazer um poema cinematográfico que transmitisse a vida camponesa rural, sem recorrer ao diálogo, e nesse aspecto é realmente bem sucedido.
Shindô viria mais tarde a ser conhecido por "Onibaba" e "Kuroneko", dois filmes que já passaram por aqui.
Filme escolhido pela Joelle Ghazar.
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