segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Running in Madness, Dying in Love (Kyôsô Jôshi-kô) 1969

Durante confrontos entre manifestantes e policias que deflagram pelas ruas de Tóquio um jovem esconde-se em casa do seu irmão - um policia. Este último é baleado acidentalmente pela esposa, o que obriga o jovem a fugir com ela. 
Distopia total no final dos anos sessenta. Violência e laços familiares tóxicos na rectaguarda, uma promessa de libertação na frente que parece aumentar como uma fantasia. Este provocativo road movie de Kôji Wakamatsu começa como deve continuar, enquanto o clima político volátil do Japão do final dos anos sessenta contrasta com abstração da frustração juvenil da nação. O filme começa com uma montagem a preto e branco de uma manifestação de protesto em Shinjuku onde os estudantes estão em confrontos violentos com a polícia devido à renovação do tratado de Anpo (acordo de segurança e cooperação entre o Japão e os Estados Unidos).
As imagens da verdadeira manifestação são filmadas por Wakamatsu, porque estas ocorriam perto do escritório da produtora, e são intercaladas com encenações que colocam Sahei (mais uma vez Ken Yoshizawa) no centro da acção, sobrepondo a sua luta individual contra um pano de fundo de desencanto geracional. Um tremendo trabalho visualmente hipnótico de niilismo radical, e talvez o olhar mais desesperado de Wakamatsu sobre a futilidade do protesto político e da libertação sexual.
Legendas em inglês.

 

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