terça-feira, 10 de julho de 2018

La Cotta (La Cotta) 1967

Andrea (Luciano Piergiovanni) pode ser um estudante milanês de apenas 15 anos de idade, mas gosta de se ver como um homem do mundo, principalmente no que se refere a romance. "Todos os homens têm a sua técnica de apanhar raparigas", explica ele. "Alguns fingem indiferença, outros parecem apaixonados. Alguns agem de uma forma dura, mas a maioria são tristes, ninguém sabe porquê, mas apaixonarem-se fá-los ficar tristes e mal-humorados. A minha técnica é muito pouco usada, mas talvez a mais eficaz. É usar ideias e autocontrole. Eu falo, falo, até que elas ficam totalmente confusas, e o truque está feito."  Depois de conhecer uma nova rapariga de nome Jeanine, Andrea fica logo intrigado. Fica a saber pelos amigos que ela vem para Milão para viver com a avó depois de sofrer uma desilusão amorosa em Paris, a sua cidade natal. 
Média metragem realizada por Ermanno Olmi para televisão, que traduzido à letra seria "A Paixão", que é o que Andrea sente no primeiro momento que conhece a jovem. Atrás da história inteligente existem alguns elementos documentaristas que são extremamente reveladores da carreira do realizador. Por um lado, a tecnologia progrediu claramente desde o final dos anos sessenta, mas a natureza adolescente permanece uma constante no filme. 
A Itália estava então a viver um boom económico sem precedentes, caracterizado pela transição da agricultura para a industrialização, e é com este pano de fundo que Andrea apresenta a sua "abordagem industrial" para engatar raparigas. Ao contrário dos outros, que agem de uma forma emocional ou desinteressada, e perdem tempo em longos períodos de namoro, o seu método é muito mais eficiente, mais de acordo com a mudança dos tempos que se estava a viver.
A banda sonora com a alegre música de Rock ‘n’ Roll dos anos sessenta encaixa-se perfeitamente nesta doce mistura de inocência adolescente e paixão insensata. Legendas em inglês.

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