Um vagabundo, exilado em Paris e assombrado por um passado criminoso, não vê saída para a sua situação, até que, quase milagrosamente, recebe 200 francos de um estranho rico, cujo único pedido é que, quando puder pagar, devolva o dinheiro a uma capela em honra de Santa Teresa. Um homem de honra, mas com vontade fraca, aproveita a hipótese de voltar para um mundo do qual já era um estranho, encontrando trabalho, a companhia de mulheres, jantando em restaurantes e dormindo em boas camas. Mas, tais luxos, entretanto, distraem-no da sua obrigação...
Esta adaptação de Ermanno Olmi sobre uma obra de Joseph Roth, é fiel e encantadora, filmado com uma simplicidade que está próxima do livro original. Na pele do ex-vagabundo Rutger Hauer tem uma interpretação que mistura o orgulho, a dignidade, e a vulnerabilidade da personagem, enquanto Olmi evita o realismo prosaico na sua evocação de Paris, vista aqui como uma cidade estranhamente atemporal e universal. O filme tem a ressonância e a inocência de uma parábola, com os seus elementos religiosos amplamente subordinados a uma história que é contada com o mínimo de diálogo e barulho explicativo. O porquê do filme ser tão difícil é complicado de definir, talvez seja porque Olmi tenha tanta certeza do seu toque gentil e generoso que não sente necessidade de exagerar.
Ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza, em 1988.
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