terça-feira, 27 de julho de 2021

Um Cântico de Amor (Un Chant D'amour) 1950

Escrito e realizado por Jean Genet em 1947, o seu único filme, transpõe as suas ideias e escritas para imagens visuais. Um trabalho de vanguarda que não contém qualquer música ou som, foi muitas vezes comparado com os filmes de Jean Cocteau, Keneth Anger e Maya Deren, e a sua história lírica de amor e romance gay é considerado pelos especialistas como um dos filmes mais intensamente físicos já feitos. O filme contrasta cenas de fantasia com a representação realista e dura da prisão, e o espectador é deixado a ser levado para onde termina a fantasia e começa a realidade. 
Uma das mais memoráveis curtas metragens já feitas e também mais controversas, o seu conteúdo picante impediu que fosse mais exibido. Embora muito silêncio e confusão cercassem este tesouro escondido, tornou-se a curta-metragem gay mais famosa da Europa, e um dos mais emblemáticos da cultura gay.
Em 1965 Saul Landau foi autorizado a exibir o filme na zona da baía de São Francisco, num acordo em que não seria exibido em casas comerciais. Landau exibiu o filme em várias sessões até ser ameaçado de prisão pela polícia. Os advogados que representavam Landau colocaram uma acção pedindo que o caso fosse arquivado, porque o filme possuía "valor artístico"  e "importância social". Mesmo com testemunhas especializadas, entre as quais autoridades em dramaturgia, literatura, cinema, criminologia e direito o tribunal decidiu que o filme era não mais que pornografia barata, calculada para promover a homossexualidade, perversão e práticas sexuais mórbidas. 

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