quinta-feira, 26 de março de 2020

Os Anos Felizes (Gli Anni Ruggenti) 1962

1937, XV ano fascista. Salvatore Acquamano (Gino Cervi) é o presidente de uma pequena cidade a poucos kms de Alberobello. Um primo empregado no ministério adverte-o da chegada eminente de uma hierarquia anónima encarregue de fazer uma inspecção ao território. Convocado todo o conselho da cidade, o pânico espalha-se rapidamente, dadas as inúmeras falhas que correm o risco de ser expostas. O temido inspector é identificado na figura de um jovem estrangeiro que acaba de chegar de Roma, Omero Battifiori (Nino Manfredi), que trabalha para uma seguradora a procurar novos clientes. Começa aqui o jogo de mal entendidos que já se esperava.
Luigi Zampa, realizou este filmes em 1962, um belo exemplo de uma tragicomédia italiana, cheio de ironia e divertido, sobre um período histórico muito particular, e cujos ecos e lembranças ainda se faziam sentir naquela altura - o fascismo. 
Argumento escrito a seis mãos, em que Zampa faz uso da colaboração inestimável de Ruggero Maccari, e, principalmente, de Ettore Scola. Scola nesta altura tinha 31 anos, e ainda estava dedicado apenas a escrever argumentos, contando já com alguns trabalhos notáveis, principalmente com Dino Risi. É Scola quem impõe ao filme uma enorme carga irónica /satírica que viria a ser típica do seu cinema, poucos anos depois. 
O filme não é apenas uma comédia de que rimos graças à sucessão de situações ridículas e divertidas, tornadas ainda mais emocionantes por actores excepcionais, como é o caso de Nino Manfredi, mas é, acima de tudo, um filme que se propõe lidar com questões e problemas relativos aos 20 anos de fascismo que tinham acabado. 
Legendas em inglês.

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