Thom Andersen é um cineasta americano conhecido pelos seus penetrantes e refrescantes ensaios fílmicos. Historiador paciente e cinéfilo fervoroso, Andersen construiu um caminho único na história do cinema, principalmente com dois documentários impressionantemente pesquisados e reveladores, "Red Hollywood" (co-dirigido por Noël Burch) e "Los Angeles Plays Itself", que juntos representam o modo subtil, mas profundamente envolvente que definem toda a sua obra maior. Tanto "Red Hollywood" como "Los Angeles Plays Itself" são filmes de compilações, densos mosaicos de cenas retiradas de filmes de Hollywood, transformados com a ajuda de narrativas em voiceover, escritas mas não faladas por Andersen, detalhando as histórias suprimidas do cinema americano, decifráveis dentro das imagens em movimento. Os dois filmes tornam clara a profunda compreensão de Andersen sobre o cinema popular, como uma forma de memória cultural perigosamente amnésica - um filtro ideológico que distorce deliberadamente o mundo que pretende representar - e uma lente excepcionalmente perspicaz através da qual criticamente envolve a história escrita e não escrita.
Um importante complemento ao trabalho de Andersen como cineasta é a sua carreira como escritor, critico ocasional, curador, e, acima de tudo, instrutor no CalArts, onde ele tem sido uma âncora desta lendária escola de cinema há quase trinta anos. Os assuntos, e o impulso pedagógico de alguns dos seus filmes foram parcialmente inspirados por palestras dadas por si no CalArts. Em "The Thoughts That Once We Had", o seu filme mais pessoal, dá-nos uma reflexão sobre as ideias do filósofo francês Gilles Deleuze, um trabalho lírico e profundamente cinematográfico, apesar da sua falta de narrativa falada.
Este fim de semana será dedicado a este video-ensaísta, de quem iremos ver quatro trabalhos.
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