Baseado no popular primeiro livro de John Fowles, conta-nos a história
de Freddie Clegg, um homem solitário com poucas habilidades sociais, que
compra uma enorme casa de campo isolada com uma finalidade específica.
Planeia raptar uma estudante de arte chamada Miranda Grey, que admira
já há longos anos, acreditando que se fazendo conhecer desta forma ela
irá se apaixonar por ele. Freddie faz esta preparação com a mesma
obsessão que se dedica ao seu passatempo preferido - coleccionar
borboletas. Ao contrário dos seus raros e exóticos espécimes que ele tem
capturados e preservados sobreo vidro, Miranda é uma perspectiva muito
mais difícil, que irá proporcionar um despertar rude para as suas mais
delirantes fantasias.
Na última década da sua carreira, William Wyler surpreendeu muitos dos seus fãs, afastando-se dos filmes de grande orçamento que definiram a sua carreira nos anos 50, "Friendly Persuation" (1956), "The Big Country" (1958), "Ben-Hur" (1959), focando-se em filmes de mais modesta escala, e que se debruçavam em estudos de personagens, como The Children's Hour (1961) or The Liberation of L.B Jones (1970), o seu último filme. Continuava a fazer filmes de grande entretenimento como Funny Girl (1968), mas sentia-se melhor a fazer filmes menores, como era o caso deste "The Collector", que era essencialmente um duelo entre dois personagens, e que viria mais tarde a ser considerado um dos seus melhores filmes.
A decisão de Wyler para dirigir este filme foi uma questão de timing, sorte e coincidência. Estava a preparar-se para dirigir "The Sound of Music", com Julie Andrews, quando Jud Kinberg e John Kohn, dois argumentistas de televisão transformados em produtores lançaram a idéia de o livro de Fowles ser transformado em filme. Wyler leu primeiro o livro, e sentiu que podia fazer dali um argumento ainda melhor que o livro, acabando por abandonar a produção de "The Sound of Music" para se dedicar totalmente a "The Collector".
O livro era apresentado de dois pontos de vista, os pensamentos de Freddie e o diário de Miranda. Desta forma o leitor tinha acesso íntimo a ambos os personagens, à medida que eles revelavam os seus sentimentos e pensamentos. A versão cinematográfica, no entanto, dispensava a abordagem narrativa e, com excepção do uso mínimo de flashbacks, segue este jovem demente à medida que ele prepara a prisão para a sua presa e começa a caça.
Wyler estava aberto à idéia de usar jovens desconhecidos nos papéis principais, e Terence Stamp, que tinha recebido uma nomeação os Óscar para melhor actor secundário em 1962, tornou-se rapidamente a favorito para o personagem do título. Numa primeira abordagem Stamp rejeitou o papel, por o considerar muito repulsivo, mas depois de se reunir com o realizador este conseguiu indicar-lhe todo o potencial que tinha este papel. O papel feminino foi para a jovem actriz Samantha Eggar, na altura mais dedicada a trabalhar em TV, que tinha aqui o seu primeiro papel de destaque.
O filme recebia óptimas críticas. Selecionado para Cannes, valeu os prémios de melhor actor e actriz para os seus dois protagonistas. Também esteve nomeado para os Óscares, onde Eggar conseguiu a única nomeação da sua carreira, e William Wyler foi mais uma vez nomeado para melhor realizador, para além do argumento de Stanley Mann e John Kohn.
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