A história de uma facção terrorista na Alemanha Ocidental, composta por pessoas da classe-médica, cujo credo é a filosofia de Arthur Schopenhauer, "o mundo como desejo e ideia". Ignorando o conteúdo daquilo que escolheram por mote, decidem raptar o diretor de uma companhia multinacional. Apoiados pela secretária deste (interpretadas pela musa de Fassbinder, Hanna Schygulla) o grupo envolve-se em confusões que revelam não apenas o despreparo da organização, mas sobretudo o vazio ideológico de suas atitudes.
Um comentário superficial diz que os capitalistas inventaram o terrorismo, como meio de vender segurança (o que, por sua vez, salvaguardará a sua própria existência) e fornece o contexto para esta sátira mordaz e provocante deste delirante filme de Rainer Werner Fassbinder. Aludindo ao surgimento de uma nova geração de terroristas que, ao contrário dos seus antecessores, não tem uma agenda coerente para o seu radicalismo, o filme também pode ser visto a partir da perspectiva da geração de alemães nascidos depois da guerra, cujas vidas foram vividas em relativo privilégio em relação aos seus antepassados, tendo sido criados durante a reconstrução e expansão (globalização) da economia alemã, e dissociados do estigma e austeridade resultante da guerra.
Parte desconstrução na sequência do caso Baader-Meinhoff, parte crítica da alienação burguesa, "A Terceira Geração" reflecte a fusão singular de Fassbinder, do engenho maníaco com comentário social, onde as observações incisivas servem não apenas como um reflexo dos problemas do passado de um país. "A Terceira Geração" é um dos filmes mais radicais e inovadores de Fassbinder.
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