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Em 1979-1980, Fassbinder consegue finalmente a oportunidade para filmar o seu magnum opus, o romance de Alfred Doblin "Berlin Alexanderplatz". Editado em 1929, trata-se de uma obra de maior importância para o desenvolvimento pessoal e político de Fassbinder. Ele escreveu em detalhe sobre isso em "As Cidades do Homem e a sua Alma". Fassbinder leu pela primeira vez o romance aos 14 ou 15 anos, "durante uma puberdade quase assassina" e pela segunda vez cinco anos mais tarde, quando iniciou a sua carreira artística como realizador. Nessa altura, já tinha decidido filmar o romance de Doblin, que por sua vez influenciou toda a sua obra através de uma plêiade, consciente e inconsciente, de citações, ligações, ligações temáticas e pontos de referência políticos em comum. Durante a puberdade, o romance pura e simplesmente ajudou-o a sobreviver enquanto ser humano.
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Em "Berlin Alexanderplatz, como em filmes anteriores, Fassbinder retrata as lutas e as tensões interiores com muito maior precisão, quando transforma a realidade reconhecível num espaço onírico através da distorção e estilização. Aí, ele vai na direcção oposta e converte os sonhos e pesadelos em imagens de cinema concretas. Mas para entrar dentro dos seres humanos, é preciso permanecer de fora - e isso parece ser uma regra indispensável em cinema. Para poder filmar o modo como o medo come a alma, a câmara tem de ficar de fora. Mas permanecer fora da alma não significa rebaixar a câmara a mero instrumento de gravação naturalista da realidade superficial. A realidade pode ser tratada; o mundo exterior e reconhecível pode ser tornado simbólico com a ajuda de cor, luz, composição e distribuição das personagens.
Texto de Christian Braad Thomsen
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1 comentário:
Fabuloso.
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