Jeanne (Brigitte Bardot) vive em Paris e acredita ser a reencarnação de Don Juan. Ela visita um padre dizendo-lhe que assassinou um homem. Ele vai até seu elegante apartamento - o pai morreu deixando-a rica - e ela conta-lhe histórias sobre os homens que seduziu. A sedução é fácil, a destruição é que requer planeamento.
Como o título do filme sugere, a idéia é trocar o infâme amante latino por uma mulher, uma idéia saliente no início dos anos 70, quando a segunda onda do feminismo estava no seu auge. A idéia é ainda mais subversiva porque o realizador Roger Vadim escolheu para o papel principal a sua ex-mulher, Brigitte Bardot, revertendo o poder da dinâmica que tinha definido a sua carreira como actriz, quase 20 anos antes. Em vez de ser o objecto do olhar masculino, ela passaria a objectivar os homens, possuí-los e, eventualmente, destruí-los. Por ser Vadim a realizar o filme ainda o tornaria mais interessante, porque ele era o responsável por moldar Bardot no seu status de objecto sexual internacional, principalmente por causa do seu filme descoberta de 1956, "E Deus Criou a Mulher".
"Don Juan" acabaria por ser a última aparição de Bardot no cinema, e, de certa forma, resumia a sua carreira. Como actriz ela começou como um sex symbol, cujo principal apelo era a sua líbido, combinada com a inocência juvenil, e acabou aqui, como uma extensão lógica dessa persona, com a sua sexualidade a envelhecer e a amadurecer, para terminar assim, como uma arma.
Alguns actores de destaque acompanham Bardot: Robert Hossein, Jane Birkin e Maurice Ronet.
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