"Delícias Turcas" é o percursor provocante do realizador holandês Paul Verhoeven do seu ciclo de películas de Hollywood de grande orçamento, que exploram a sexualidade humana como "Instinto Fatal" (1992), "Showgirls" (1995) e "Starship Troopers" (1997). Criticado com frequência pelo seu uso da extrema violência e da sexualidade explícita, Verhoeven tem sempre defendido que os seus filmes espelham mais a vida do que a influenciam. "Delicias Turcas" é protagonizado por Rutger Hauer como Erik Vonk, um escultor promíscuo que se envolve com a bela Olga (Monique Van de Ven) cujo apetite sexual compete com o dele. À medida que o seu caso avança, decidem-se casar-se mas as divergências entre Eric e o sistema de valores dos seus sogros levam ao fim do romance. Anos depois, Eric e Olga voltam a encontrar-se, e finalmente conseguem dar alguma conclusão à sua relação turbulenta. O filme é construído numa série de flashbacks em que o mundo interior e a sensibilidade de Eric são lentamente revelados.
A atmosfera da parte final é completamente diferente da verificada no início, quase como se estivéssemos noutro filme. Transforma-se numa narrativa comovente de amor e perda, de êxtase e desespero e, embora insista num grau apreciável de conteúdo erótico, é temperado com doses fortes, tanto de fantasia como realidade.
A sexualidade de espírito livre que dinamiza os filmes de Verhoeven está no coração de "Delícias Turcas", apresentado como o ataque definitivo aos valores burgueses. Sustentado pelo comportamento extremo do protagonista, este romance anti-convencional nunca deixa de provocar, com o seu efeito a ser aumentado pela química explosiva entre Hauer e Monique, "Delícias Turcas" foi considerado "O Melhor Filme Holandês do Século" no festival de Cinema da Holanda, de 1999.
Texto por RDe, "1001 Filmes para ver antes de morrer".
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