Tony é um trapezista que consegue um emprego num pequeno circo. Quando uma tempestade leva a tenda Tony fica pelo amor de Belmira, que poderia ser uma cavaleira...se eles não tivessem vendido o cavalo. Brincam ao ar livre, dormem sob as estrelas, economizam cada centavo, porque há uma nova tenda a ser comprada...a crédito. Mas Belmira não é feliz, ela sonha com uma verdadeira casa, enquanto Tony vive fascinado pelo mundo do circo. E os dias sombrios estão de volta.
Este é o universo subterrâneo e exótico do Circo Maravilhas. Pequeno e decadente, tristonho e dramático na sua miséria, nos conflitos e fatalismo dos velhos artistas, na coragem da veterana trapezista, no trilhar errante duma aventura insolidária, onde o afecto e o companheirismo rasgam, no horizonte, uma esperança inextinguível...
Esta era a primeira longa metragem de Manuel Guimarães, feita numa altura em que o cinema português atravessava uma crise criativa. As comédias de costumes começavam a entrar em decadência, e não havia muito mais. Manuel Guimarães começou por ser o único realizador português a pegar num movimento muito em voga na Europa, principalmente em Itália: o Neorealismo. Embora com as suas imperfeições, seria o filme que mais se conseguia aproximar deste movimento. Depois de receber óptimas critícas estava lançada a carreira de Guimarães.
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