Depois de cair na ira da máfia, um humorista foge de Detroit para Chicago assumindo o nome de Mickey One. Quando regressa aos palcos e se torna famoso, fica com receio de que a Máfia o venha a descobrir e perseguir, mas ao mesmo tempo, deseja acertar contas com os mafiosos.
Cada actor ou realizador tem pelo menos um filme na sua carreira diferente de todos os outros que fizeram. No caso de Warren Beatty e Arthur Penn, esse filme seria "Mickey One". Supostamente inspirado nos filmes franceses da Nouvelle Vague do início da década de sessenta, o filme de Penn é uma enigmática e existencial história de um comediante que sai da Máfia por causa de uma enorme dívida que não pode pagar. O personagem-título interpretado por Warren Beatty confessa no início: "O caminho acabou. Fiquei preso e de repente descubro que devo uma fortuna", e sem mais exposições, o resto do filme repete um padrão de Mickey One a fugir, escondendo-se, sendo descoberto, repetindo o ciclo até ao final do filme, que está aberto para a interpretação de cada pessoa.
Isto não era o que os executivos da Columbia esperavam, e entraram em pânico percebendo o fracasso comercial que tinham entre mãos. No entanto, o filme era um exemplo fascinante da liberdade criativa vigente desde meados da década de 60 para a frente, e seria uma impossibilidade nos tempos que correm, onde todos os produtos de Hollywood são feitos a pensar no retorno financeiro. De certa forma, o filme até foi um sucesso porque levou a uma nova colaboração entre Beatty e Penn, apenas dois anos depois, num dos filmes mais seminais desta década de sessenta, e que levaria a indústria do cinema até um outro nível. Falamos de "Bonnie and Clyde", pois é claro.
Legendas em espanhol.
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