segunda-feira, 16 de abril de 2018

O Milagre de Anne Sulivan (The Miracle Worker) 1962

A jovem Helen Keller é cega, surda e muda desde infância, e corre o risco de ser enviada para uma instituição. A sua incapacidade de comunicar deixou-a frustrada e violenta. Em desespero, os pais procuram ajuda do Perkins Institute, que lhe envia uma jovem um pouco cega chamada Annie Sullivan, para orientar a filha. Através da persistência e amor, além de pura teimosia, Annie consegue romper pelas paredes de silêncio e escuridão de Helen, e consegue ensiná-la a comunicar.
Helen Keller escreveu a sua autobiografia, intitulada "The Story of My Life" em 1912, mas apenas em 1959 foi adaptada para os palcos da Broadway por Arthur Penn, na produção, e escrita por William Gibson. As protagonistas eram duas actrizes pouco conhecidas naquele tempo, Patty Duke e Anne Bancroft, que receberam óptimas críticas na altura.
Apesar do sucesso teatral, a United Artists deixou claro que queria nomes de maior peso para a versão cinematográfica, e disse a Penn e a Gibson que lhe dariam um orçamento de 5 milhões se Liz Taylor fosse a protagonista, ou 500 mil dólares para manterem Anne Bancroft. A escolha acabaria por caír em Bancroft, o que diz muito da forma como o realizador e o argumentista viam a força da actriz. O elenco original acabaria por ser mantido, e as duas actrizes acabariam por vencer os respectivos Óscares desse ano: Bancroft como Melhor Actriz, e Duke como actriz secundária.
As duas actrizes envolveram-se tanto no papel que acabaram por colocar a sua saúde em risco. Durante a famosa cena da batalha na sala de jantar, que exigiu três câmaras para uma sequência de nove minutos levando cinco dias a ser filmada, ambas as actrizes usaram almofadas debaixo das roupas. A certa altura das filmagens Bancroft começou a rir de pura exaustão e a sua reacção foi deixada no filme. Bancroft foi hospitalizada com pneumonia logo depois das filmagens, e Duke admitiu mais tarde que temia a finalização do filme porque significava a sua separação de um papel que se tornara uma parte tão importante da sua vida.
Só mais uma nota, de que as duas actrizes venciam os respectivos Óscares no mesmo ano de outras duas obras poderosíssimas no que dizia respeito a interpretações femininas: "O Que Teria Acontecido a Baby Jane?", com Bette Davis e Joan Crawford, e "Corações na Penumbra", com Geraldine Page e Shirley Knight. De todas estas actrizes, Joan Crawford foi a única que não ficou nomeada, e ofereceu-se para receber o prémio em nome de Anne Bancroft, que estava ocupada com um papel numa peça da Broadway, e preferiu não estar presente na cerimónia de entrega. Bancroft ganharia mesmo. 

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