Em 1956 houve uma revolta do povo húngaro contra os seus senhores russos, que permitiram os húngaros florescerem por uns breves instantes, para depois os suprimirem. Suspeita-se de que os governantes do país sabiam desta revolta antecipadamente, mas permitiram que ela iniciasse e continuasse para identificar quem era mais activo. Neste filme estamos em 1958, e sete homens muito diferentes esperam nas suas celas para serem levados e executados. Os seus sonhos, fantasias e lembranças aliviam o que de outra forma parece ser uma situação repetitiva. Eles são um velho professor, um oficial, um marinheiro durão, um polícia que trocou de barreira durante a revolução, um cigano assustado, um lutador pela liberdade, e um jovem acabado de fazer 18 anos...
Co-produção húngara/alemã baseada num livro de Mihály Kornis. Coma atmosfera mortífera de uma cela como pano de fundo, as memórias poéticas, sonhos e fantasias de amor e liberdade temporária destes homens acalmam a tensão insuportável desta poderosa evocação da resistência. Era uma homenagem de Karóly Makk, um homem que já tinha realizado o primeiro filme de amor homossexual no seu país, à resistência húngara que lutou bravamente contra os russos. Um destaque especial para o actor francês Mathieu Carrière num dos papéis centrais do filme.
Como o filme em si é sobre a repressão e opressão da revolução húngara de 1956, é uma interessante informação secundária que os julgamentos do ministro do interior húngaro do período (1957-61) Béla Biszku, que ordenou que os soldados abrissem fogo sobre a multidão, e depois fosse responsável pela execução de milhares de pessoas, tinham acabado de começar em Budapeste.
É um belíssimo drama político de Makk, que não merece cair no esquecimento. Legendas em inglês.
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