Ruth Wiley (Elizabeth Taylor) é uma jovem mulher recém-casada, que viaja da Inglaterra até ao Ceilão para encontrar nativos, o seu marido John (Peter Finch) e uma imensa plantação de chá de propriedade dele, chamada Caminho dos Elefantes. Milionário e ainda jovem, John vive num luxuoso bangaló construído pelo seu pai no terreno, que servia de passagem para os elefantes da ilha até às fontes de água. Ruth tenta adaptar-se a este ambiente totalmente estranho, enquanto sofre constantes ameaças dos animais e sente a indiferença dos amigos de John. Ao seu lado ela tem apenas Dick Carver (Dana Andrews), o administrador da propriedade, que se apaixona pela sua determinação e delicadeza. Mas o pior ainda está por vir, com a chegada de uma epidemia de cólera que ameaça todos os habitantes da ilha.
"Elephant Walk" (1954) é um filme que mal é recordado hoje em dia, mas foi na altura do seu lançamento considerado o filme mais caro de sempre da Paramont, acabando com uns custos totais de 3 milhões de dólares. Culpe-se uma produção acidentada, que teve vários precalços, incluindo os exteriores no Ceilão (agora Sri Lanka) que se situavam a meio mundo de distância, e uma estrela de Hollywood que teve um colapso mental a meio das filmagens, e teve de ser substituída por outra. A estrela era Vivien Leigh, e foi substituída por Elizabeth Taylor. O produtor Irving Asher queria Laurence Olivier e Vivien Leigh para os papéis principais, mas Olivier não gostou do argumento, recusou e incentivou a sua esposa a fazer o mesmo. Quando ela assinou, apesar das objecções do marido, Olivier recomendou Peter Finch para o papel principal, que ainda era um desconhecido de Hollywood, mas era seu protegido. Durante as filmagens Finch e Leigh envolveram-se num caso, que acabaria por levar ao colapso mental da actriz. Por causa destes acontecimentos, Leigh teve de ser substituída por Elizabeth Taylor, ainda com 21 anos, e 20 anos mais jovem que a primeira actriz. Como era uma actriz da MGM, esta aquisição acabaria por ser bem paga pela Paramont.
Todos estes precalços não seriam muito favoráveis ao filme, nem ao seu realizador William Dieterle, que já tinha a atravessar uma fase menos criativa. Daqui para a frente só faria mais duas produções em Hollywood para depois se retirar para a Europa. Apesar de nunca ter sido colocado na lista negra do MaCartismo, um filme seu, "Blockade" foi considerado suspeito, assim como algumas pessoas com quem tinha trabalhado também o eram. Ele e sua esposa, nos anos trinta, tinham ajudado muita gente a fugir da Alemanha Nazi, muitas delas da extrema esquerda. Numa entrevista Dieterle disse: "Embora eu nunca tenha tido conhecimento de alguma lista negra, eu devo ter estado em algum tipo de lista cinzenta, porque durante alguns anos nunca consegui trabalho". Assim termina este ciclo.
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