Uma história sombria da angústia adolescente, passada no norte industrial da Alemanha, durante os anos cinquenta. Tal como em muitos outros dos seus filmes, Fassbinder analisa a vida na classe média inferior, com personagens que, incapazes de articular os seus sentimentos, enterram-nos em palavras e actos violentos. O amor transforma-se numa luta de poder, de engano e traição. A história gira à volta de Hanni, uma jovem precoce de 14 anos de idade, que começa uma relação com Franz, um rapaz de 19 anos de idade, trabalhador num aviário. A relação dos jovens sofre a desaprovação dos pais conservadores da rapariga, e Franz é condenado a nove meses de prisão por ter feito sexo com uma menor. Quando Franz é colocado em liberdade condicional os dois retomam o relacionamento, e Hanni engravida. Com medo da ira do pai, ela convence Franz a matá-lo...
Fassbinder utiliza um extraordinário nível de manipulação cinematográfica. Faz com que o público se sinta culpado de observar uma jovem de 14 anos de idade (embora saibamos que são 14 anos fictícios, porque a actriz tem 18) a caminhar nua pela tela, e em posições sexuais. As únicas pessoas que não compreendem que Hanni é um ser sexual, são os conservadores (e nazis) pais, que culpam Hanni por arruinar a sua vida. Ameaças de morte, ameaças de suicídio, e tragédia estão sempre a acontecer.
Os emotivos círculos viciosos são especialmente viciosos neste filme, e o relacionamento entre filha e pais vai ficando mais obscuro à medida que o filme avança. Nenhum dos quatro personagens principais é simpático, e Hanni, a vítima ostensiva, tem a alma mais negra de todos eles.
Originalmente feito para TV, o filme criou furor na censura da Alemanha, porque o autor da peça original, Franz Kroetz, denunciou o tratamento obsceno que Fassbinder deu aos seus personagens.
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