quinta-feira, 26 de março de 2015

O Colosso de Rodes (Il Colosso di Rodi) 1961



Um herói militar grego chamado Darios visita o seu tio em Rhodes, no ano 280 AC. Rhodes acabou de construir um enorme colosso de Apollo, para guardar o seu porto, e está a preparar uma aliança com Phoenicia, que poderá ser hóstil para a Grécia. Darios envolve-se com a bela Diala, filha do idealizador da estátua, e conhece um grupo de rebeldes liderados por Peliocles. Estes rebeldes tentam derrotar o tirânico rei Serse, e o seu comandante que dá pelo nome de Thar.
Depois do enorme sucesso de Dino de Laurentis da versão dobrada em inglês de Hércules (1959), outros grandes estúdios americanos começaram a importar peplums semelhantes, para rivalizar com este grande sucesso internacional. Nenhum chegou sequer perto de destronar esse filme nas bilheteiras, e a maioria tinham pouca qualidade, e destinava-se a plateias pouco exigentes, como estudantes pré adolescentes numa matinée de sábado. Uma das poucas excepções foi este filme, dirigido por um futuro "auteur" do western spaghetti", que se estreava aqui: Sergio Leone. O filme distinguia-se por ser uma produção de valores elevados, filmado no porto espanhol de Laredo, e no golfo da Biscaia, e uma realização muito sólida que combinava humor com momentos de sadismo, acabando por ser um filme muito interessante com um herói pouco convencional, e uma heroína. Ele é apresentado como um playboy machista, ela é uma beleza enigmática que gosta de provocar e enganar os seus admiradores. Ambos revelam a sua verdadeira natureza antes do cataclismo do acto final.
De acordo com relatos históricos existia mesmo um colosso de Rhodes. Era uma das "sete maravilhas do mundo", uma estátua gigantesca de Apollo que marcava a entrada do porto de Rodes entre 280 e 224 AC,  que acabaria por ser destruída por um terramoto. Leone escreveu a história em conjunto com seis outros argumentistas, e contava com o actor americano Rory Calhoun e a italiana Lea Massari nos principais papéis.
Apesar de ser a estreia de Sérgio Leone na realização, este tinha já uma vasta experiência no campo dos épicos de fantasia, já que tinha sido assistente de realização de Mervyn LeRoy em "Quo Vadis" (1951), de Robert Wise em "Helena de Tróia (1956), de William Wyler em "Ben Hur" (1959), e no remake de "Os Últimos dias de Pompeia (1959), com Steve Reeves. Leone contrataria vários elementos da equipa deste último filme, para a sua primeira realização, como o director de fotografia Antonio Ballesteros, o compositor Angelo Francesco Lavagnino, entre outros. Gostou particularmente de apresentar o Colossus como uma versão mais malévola da Estátua da Liberdade, que em vez de dar as boas vindas aos visitantes da sua costa, é bem capaz de lhes atirar um caldeirão de óleo a ferver.
Quando o filme estreou em Itália foi um enorme sucesso de bilheteira, mas não ultrapassou "Hércules" em popularidade. Ainda assim convenceu a MGM a distribuir o filme nos Estados Unidos onde recebeu críticas medianas, tal como os outros peplums da altura. O filme seria redescoberto mais tarde, depois de Sérgio Leone se tornar num realizador de sucesso, com os seus westerns spaghetti.
Existem várias versões do filme, esta tem 123 minutos, e só a consegui arranjar com legendas em inglês.

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Imdb

2 comentários:

Emanuel Neto disse...

De facto "O Colosso de Rodes" é um dos melhores peplum italianos de sempre. A versão integral italiana é de cerca de 137 minutos e está disponível em DVD. Rory Calhoun protagonizou este filme mas não foi a primeira opção: John Derek, ator americano em ascensão muito devido ao seu papel em "Os Dez Mandamentos", esteve nos primeiros tempos de filmagem mas os conflitos com Leone fizeram com que a produção o pusesse a mexer!
Pessoalmente acho que Rory Calhoun cumpre a sua função mas este filme era perfeito para Steve Reeves, à semelhança do que tinha feito também com Leone / Corbucci / Tessari em "Os últimos dias de Pompeia".

Mike disse...

Vi este filme há muitos, muitos anos no canal "Arte".
E nunca esqueci a cena em que abrem a cabeça do Colosso, para poderem disparar as catapultas. Uma cena que tem tanto de bizarro/ridículo como de grandioso. É para este tipo de magia fantástica que serve o cinema.

Graças a este site consegui voltar a reencontrar este trabalho do Mestre Leone.
Mil obrigados!