terça-feira, 24 de março de 2015

Hércules (Le Fatiche di Ercole) 1958



Uma jovem mulher fica presa numa carroça quando os cavalos desatam a fugir, mas ela é salva mesmo a tempo pelo imortal Hércules (Steve Reeves), que atira uma árvore para a frente dos cavalos, parando-os. A mulher é Iole, a filha do rei Pélias, que convidou Hércules para visitar a sua cidade, e treinar o seu filho para ser um homem. Mas parece que Iole está preocupada com os acontecimentos que ocorreram anos antes, quando o seu tio, que era o rei na altura, foi brutalmente assassinado, e o seu primo Jason fugiu com o Velo de Ouro. Hércules chega à cidade e começa a treinar o filho de Pélias, mas quando um homem que diz ser Jason chega à cidade, Hércules é enviado com ele numa expedição para encontrar o Velo, e provar quem é realmente Jason.
Muito antes dos géneros de culto do cinema italiano, como o Spaghetti, o Giallo ou o Macaroni Combat, havia o Peplum. O peplum foi revigorado pelos épicos históricos americanos, como "Spartacus", "Os Dez Mandamentos", "Ben Hur", muitos deles filmados em Itália. Sérgio Leone, antes de se estrear na realização, fez parte da equipa de produção de alguns destes filmes. O primeiro filme deste primeiro "género" italiano até foi uma obra modesta, e de baixo orçamento: "Hércules". E esta foi a obra que estabeleceu o género, influenciando cerca de uma centena de filmes. Enquanto que a maioria dos peplum adaptava livremente figuras da história nas suas aventuras, sem referência às suas próprias lendas, "Hércules" é baseado, muito de perto (embora esteja mais perto da versão Romana da lenda) nos contos históricos deste herói. A segunda parte do filme é uma adaptação do conto dos "Argonautas", com Hércules a passar a ter um papel secundário na história. Algumas sequências não funcionam tão bem como deviam (Hércules a lutar com um leão, e depois com um touro), enquanto que o personagem de Jason nunca é suficientemente trabalhado para parecer um herói. O filme desenvolve-se bastante lentamente mas na segunda parte tem algumas sequências interessantes, e um climax adequadamente dramático.
Realizado por um pouco conhecido Pietro Francisci, que também dirigiu a sequela, mas provavelmente o tom e o ambiente do filme são mais facilmente creditados ao director de fotografia Mario Bava, que ficaria mais conhecido no terreno do terror gótico, embora também tenha dado uma perninha neste popular género. As pinturas e a iluminação são claras evidências da influência de Bava.

Link
Imdb

3 comentários:

Emanuel Neto disse...

Este foi o filme que fez de Steve Reeves uma grande vedeta do cinema! Note-se que Reeves foi a grande referência para outros dois gigantes do cinema de ação americano: Sylvester Stallone e Arnold Schawrzenegger.

My One Thousand Movies disse...

Sem dúvida, foi este mesmo :)

Pedro Pereira disse...

Estive a rever este hoje, acho que o tinha visto na tv espanhola enquanto puto. Só me recordava vagamente das cenas finais.
Realmente Steve Reeves parece um robot a representar. Vi um western-spaghetti em que ele entra, nesse se bem me recordo safa-se melhor do que neste (é o Vivo para matar-te).