sábado, 2 de fevereiro de 2019

O Comboio Apitou Três Vezes (High Noon) 1953



O Marshall de uma pequena cidade, Will Kane (Gary Cooper) enfrenta uma vigília solitária e sombria quando ouve que um inimigo mortal e assassino vingativo foi libertado pelas leis abolicionistas liberais. Tenta recrutar ajuda e apoio dos seus bons vizinhos para reprimir o adversário, Kane encontra apenas covardia e medo. Pior ainda, quando se prepara para o inevitável duelo Kane enfrenta a desaprovação da sua esposa Amy (Grace Kelly). Enquanto isso, Miller e o seu gang aproximam-se da estação do comboio a todo vapor. 
"High Noon" faz uma coisa muito importante ao longo da sua pouco menos de hora e meia, e fá-lo excepcionalmente bem. É um exemplo perfeito de como uma dedicação sincera da criação de um ambiente pode resultar numa experiência fílmica verdadeiramente recompensadora e atraente. Cada faceta no filme, cada momento da sua estrutura económica, contribui para a  tensão cada vez maior que irá atingir o auge nos minutos finais do filme. O realizador Fred Zinnemann mantém um rígido controle sobre o ritmo do filme, usando rápidos close-ups de relógios como marcadores na montagem, com batidas enfatizadas que aumentam a tensão. 
Impulsionado por uma interpretação altamente digna de um envelhecido Gary Cooper, que desde então passou a ser visto como um sinónimo de herói masculino, este western tenso trabalhado meticulosamente por Zinnemann, em grande parte representado em "tempo real" com ênfase nos relógios tiquetaqueando a acção, ainda se destaca como um dos maiores filmes no género. De certa forma era uma alegoria sobre a caça ás bruxas levadas a cabo pelo Senador McCarthy, com o argumento a ser escrito por Carl Foreman, um dos nomes que esteve na lista negra. 
Gary Cooper ganhava aqui o seu Segundo Óscar, e o elenco contava ainda com nomes como Thomas Mitchell, Lloyd Bridges, Katy Jurado, Lon Chaney Jr, Harry Morgan, e brilhantes como vilões Ian MacDonald e Lee Van Cleef.

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