Maria é uma rapariga de 16 anos. No dia em que anuncia aos pais que está grávida e pretende desistir do liceu, o pai morre instantaneamente de ataque cardíaco, o namorado acaba com ela e a mãe expulsa-a de casa. Perdida e sozinha, Maria começa a vaguear pelas ruas em busca de um sítio para ficar. É então que encontra Matthew, um técnico informático, também ele um fugitivo aos abusos constantes do seu autoritário pai. Depois de uma primeira tentativa de ficarem em casa de Matthew, acabam por se mudar para casa de Maria, onde vivem a sua mãe e Peg, a irmã mais velha. À medida que os dias passam e as aventuras se sucedem, entre Maria e Matthew vai-se sedimentando uma relação de confiança, admiração e respeito mútuos. Maria chama-lhe amor.
Hal Hartley escreve e realiza o seu segundo filme, o sucessor do bastante prometedor "The Unbelievable Truth", também este um drama em tons de comédia negra, que regressa à mesma localização suburbana de Long Island, para mais uma vez se aprofundar na vida familiar disfuncional da classe trabalhadora e da classe média. É sobre a relação inimaginável entre dois desajustados de diferentes tendências, Adrienne Shelly como uma estudante do ensino médio grávida, e Martin Donovan um electricista intelectualmente talentoso e graduado.
O filme combina a sagacidade da assinatura de Hartley com romance à mistura. Faz comentários irónicos sobre a respeitabilidade da classe média e oferece uma visão mais realista, porém mais sombria, sobre questões como o abuso dos pais e o assédio sexual. Também abraça questões controversas como o aborto. É um filme anti-convencional, não adequado para todos os gostos, mas orgulha-se em captar o verdadeiro sabor dos adolescentes rebeldes de "Rebel Without A Cause", de Nicholas Ray.
Filme escolhido pela Catarina Pires.
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