Comissionado pelo governo soviético de Moscovo como documentário e filme de informação para os cidadãos de Moscovo antes das eleições municipais, o filme é um quadro da vida soviética e realizações do governo no período logo posterior à guerra civil de 1917-21.
O que começara por ser um projecto da União Soviética para um filme promocional, que mostrava todas as coisas boas que o governo fizera para a sua cidade, foi transformado por Dziga Vertov em algo completamente diferente: um filme experimental, um filme emocional, qualquer coisa, excepto algo que ajudasse o governo a ser eleito. No final, o governo recusava a reconhecer "Stride, Soviet!", que foi boicotado por muitos cinemas que anteriormente pretendias mostrar o filme. Pode-se por aqui imaginar o do que as autoridades imaginaram de um filme que acabara de ser patrocionado por eles.
"Stride, Soviet!", juntamente com o seu antecessor "Kinoglaz" eram vistos como filmes de não ficção bastante avançados, orientados para a divulgação do governo comunista. Se "Kinoglaz" era uma abordagem radicalmente diferente de "educar" os olhos dos espectadores, "Stride, Soviet!" era um enorme soco no estômago. O primeiro introduzia temas como a a cocaína, o vício do alcool, empresas privadas, as crianças da rua, e o segundo apresentava a prostituição.
A concepção de Vertov do homem soviético não podia ser pensada fora do alcance da visão cinematográfica. Por outro lado, o espectador iluminado torna-se um elemento essencial da nova sociedade. com a sua vida quotidiana revolucionada, assim como os seus valores e formas de comportamento. Tal como a maioria dos filmes mudos de Vertov, "Stride, Soviet!" é uma obra prima definitiva na integração mútua da política e da estética, uma pedra angular de um cinema soviético recentemente concebido ideologicamente.
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