O professor Michael Armstrong dirige-se para Copenhaga, para acompanhar uma conferência de física com a sua assistente / noiva Sarah Sherman. Quando lá chegam Michael diz-lhe para ela regressar e ele deve ficar mais algum tempo. Ela segue-o, e descobre que ele está a ir para a Alemanha oriental, para trás da cortina de ferro, e fica chocada quando descobre que ele está a desertar para o oriente depois do governo ter cancelado o seu processo de pesquisa. Mas ele não está a fugir mas sim à procura de um famoso cientista da alemanha oriental.
Quando Alfred Hitchcock começou o seu 50º filme, "Torn Curtain" (1966), deveria estar no auge da sua carreira. Depois de quatro décadas como realizador, os seus filmes ainda eram populares, os críticos franceses proclamavam-no como um grande artista, e alguns críticos americanos começavam a concordar com a sua brilhante gestão da carreira. No entanto, ao começar a juntar as idéias para "Torn Curtain", sentiu-se inseguro. "The Birds" (1963), apesar de popular, tinha ficado longe do êxito de "Psycho" (1960), e o seu próximo filme "Marnie" (1964) tinha sido um desastre a nível de público e crítica. Temendo que estivesse a perder o toque, Hitchcock permitiu que a Universal fizesse mais e mais exigências para que o filme fosse um sucesso.
A idéia para este filme era interessante. Depois do casal de espiões Burgess e MacLean terem sido capturados, em 1951, estava na altura de passar a história para a grande tela, quando se estava no auge dos filmes de espionagem, e James Bond era um êxito garantido, o que fazia desta altura a ideal. Mas Hitchcock estava longe de querer fazer uma réplica das aventuras de 007. Ele queria revelar o lado sombrio da espionagem, queria fazer o "homem médio" americano fazer-se sentir um espião, e o quanto sujo este trabalho era.
Hitchcock não ficou contente com as escolhas de casting, mas acabou por acatar as ordens da Universal: Paul Newman e Julie Andrews, duas estrelas maiores na década de sessenta. Newman aborreceu Hitchcock, pela forma como se comportou num jantar em sua casa. Enviou-lhe um memorando detalhando em três páginas problemas do argumento. Como o peso das duas estrelas principais levava logo grande parte do orçamento do filme, houve dificuldade em encontrar um resto do elenco decente.
Os críticos não mantiveram "Torn Curtain" em grande estima, mas, ainda assim, seria o maior êxito do realizador desde "Psycho". Mas ficava o aviso que provavelmente não era boa idéia vergar-se às ordens dos grandes estúdios.
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