segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Capítulo 4 - Drama

Sexo, Mentiras e Vídeo (Sex, Lies and Videotape) 1989
Ann (Andie MacDowell) é uma mulher frígida casada com o advogado John Mullany (Peter Gallagher) e frequenta um psiquiatra para resolver as suas frustrações. John, o marido, tem um caso com a irmã de Ann, Cynthia (Laura San Giacomo). A vida do casal começa a mudar com a chegada de Graham Dalton (James Spader), amigo de infância de John, que se muda para a cidade. Entre outras curiosidades, Graham grava cassetes com mulheres a falar sobre sexo.
Quando se fala sobre cinema independente americano há o antes e o depois de "Sexo, Mentiras e Vídeo", de Steven Soderbergh. Estreando no festival de Sundance em 1989, este pequeno filme de estreia de Soderbergh custou apenas $1,250 mil dólares, quando ele tinha 26 anos, tornando estrelas um quarteto de jovens actores, que embora reconhecíveis não eram nada populares.O seu título escandaloso intrigou audiências, e levou o filme a tornar-se num sucesso de bilheteira. Quando o filme ganhou a Palma de Ouro em Cannes alguns meses depois marcava uma verdadeira invasão de novos talentos, que faziam frente aos blockbusters de Hollywood.
Um dos filmes mais apropriados para este ciclo que está a decorrer.

Não Dês Bronca (Do the Right Thing) 1989
Sal (Danny Aiello), um ítalo-americano, é dono de uma pizzaria em Bedford-Stuyvesant, Brooklyn, onde também há um armazém cujos donos são coreanos. Com predominância de negros e latinos, é uma das áreas mais pobres de Nova York. Sal é um bom tipo, que comanda a pizzaria com os seus filhos Vito (Richard Edson) e Pino (John Turturro), além de ser ajudado por Mookie (Spike Lee), um funcionário. Sal pretende decorar o seu estabelecimento com fotografias de ídolos ítalo-americanos do desporto e do cinema, o que desagrada à sua freguesia. No dia mais quente do ano, Buggin' Out (Giancarlo Esposito), o activista local, vai até lá para comer uma fatia de pizza e desentende-se com Sal por não existirem negros na "Parede da Fama".
Produzido, escrito, realizado e interpretado por Spike Lee, era a terceira longa-metragem de Spike Lee, e aquela que o catapultava para o sucesso, sendo ainda hoje considerado por muitos como o seu melhor filme. É um estudo complexo das dicotomias da vida diária entre os vários povos de Bed-Stuy. As diferentes etnias misturam-se com os afro-americanos  a levantarem diversas questão sobre a sobrevivência dos habitantes.
Valeu uma nomeação aos Óscares para Spike Lee, como argumentista, e foi exibido em Cannes, na selecção Oficial.

Atraiçoados (Betrayed) 1988
Um radialista judeu é violentamente assassinado, e para investigar o caso o FBI envia a agente Cathy Weaver (Debra Winger), que se envolve emocionalmente com o principal suspeito, Gary Simmons (Tom Berenger). Rapidamente ela descobre algo mais aterrorizante: Gary faz parte de uma organização neonazi que planeia eliminar negros e judeus em nome da supremacia da raça pura americana.
O realizador grego Costa-Gavras regressa ao thriller político seis anos depois de ganhar a Palma de Ouro, com "Missing". Aqui faz um trabalho decente contrastando a solidão da vida no campo com o lado mais obscuro de uma comunidade fechada. O filme perde algum fulgor por causa do cenário de africo-americanos a serem perseguidos por desporto, e um final um pouco desapontante.
Não recebeu muito boas críticas na altura do seu lançamento, mas tem um bom trabalho de actores por parte dos protagonistas, Debra Winger e Tom Berenger, e, sobretudo, pelo excelente lote de secundários: John Heard, Betsy Blair, John Mahoney e Ted Levine.
Gavras costumava trabalhar muito bem os argumentos dos seus próprios filmes, mas aqui talvez tenha ficado a perder com a escolha de Joe Esdterhas.

Bairro de Lata (Cannery Row) 1982
Doc (Nick Nolte) é um biólogo marinho que vive em Cannery Row, área mais baixa em Monterey, Califórnia. Lá, como outros habitantes tenta esquecer o passado. Suzy (Debra Winger) é uma mulher errante que chega à região e começa a trabalhar no bordel. A relação deles é explosiva, embora não de forma romântica. Mas o destino deles está nas mãos dos residentes de Cannery Row: Mack (M. Emmet Walsh) e os jovens, um bando de rebeldes cujos corações estão no lugar certo, mas os cérebros não. 
Grandes expectativas para a adaptação cinematográfica da famosa obra de John Steinbeck "Cannery Row". Marcava a estreia na realização de David S. Ward, conhecido argumentista que já tinha ganho um Óscar com o argumento de "The Sting", e uma dupla de protagonistas importante: Nick Nolte e Debra Winger. Contudo, os mais puristas, diziam que era uma fusão de "Cannery Row" com a sua sequela, " Sweet Thursday", com maior ênfase na segunda, deixando de lado o tom mais negro do primeiro livro, para trazer a visão mais optimista do segundo. 
O livro "Cannery Row" tinha sido publicado pela primeira vez em 1945, e era considerada uma obra dificil de adaptar ao cinema, mas David S. Ward conseguiu-o, juntando os dois livros no mesmo filme. Mas não teve produção fácil, o argumento não seguia uma produção de sucesso de Hollywood, e poucos confiavam 10 milhões de dólares num realizador estreante. Pelo bem, e pelo mal, o filme está aqui.
Imdb 

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