Brigada de Homicídios (Homicide) 1991
O detective Bob Gold (Joe Mantegna) tem de capturar um assassino que nem o FBI consegue apanhar. Mesmo antes de começar é enviado para outro caso do assassinato de uma velha senhora judia numa zona habitada por negros. As evidências apontam para um grupo de ódio aos judeus, mas o caso não é tão linear como parecia à primeira vista.
"Homicide" era o terceiro filme de David Mamet como realizador, depois de se estrear em 1987 com "House of Games", e "Things Change", de 1989, que já vimos neste ciclo, e é um dos seus filmes mais estranhos e atraentes. Embora comece como um thriller policial convencional, gradualmente transforma-se num psicodrama sobre a crise de identidade de um detective, que o leva a um mundo negro de organizações secretas e violência.
Com o director de fotografia Roger Deakins (favorito dos Coen) atrás da câmara, "Homicide" é um filme visualmente impressionante, que rapidamente desvia qualquer criticismo ao background teatral de Mamet. Concorreu no festival de Cannes de 1991.
Pacto Fatal (Best Seller) 1987
Ao planear a vingança contra um executivo corrupto, Cleve (James Woods), um assassino profissional, junta-se a um ex-policia (Brian Dennehy), agora tornado escritor de sucesso, para executar o seu plano. Mas essa aliança irá tornar-se perigosa, pois pode solucionar um caso misterioso, e os verdadeiros criminosos já estão no encalce destes dois homens.
Realizado por John Flynn, e com argumento de Larry Cohen, "Best Seller" tem o seu argumento mais forte na presença electrizante de James Woods, um dos grandes actores dos anos 80, sempre em papéis bastante complexos e em registos diferentes, acrescentado uma enorme complexidade ao personagem principal. É dificil imaginar outro actor neste papel, e o que leva a pensar se ele terá sido feito exclusivamente para o actor, já que ele mistura um charme maléfico com uma intensidade maníaca, atirando para segundo plano Brian Dennehy, que também tem uma admirável prestação.
O realizador John Flynn foi sempre um dos realizadores mais ignorados deste período, realizando dois filmes de culto dos anos 70, "The Outfit" e "Rolling Thunder", traz aqui uma qualidade extra ao filme. Podem ler um pouco mais sobre o filme aqui, num texto magnifico do João Palhares.
A Câmara Secreta (The Star Chamber) 1983
"A Câmara Secreta" tem para nos oferecer provocadores conflitos morais e éticos que lidam com a complicada dicotomia do sistema da justiça. Por um lado as leis existem para proteger as pessoas inocentes de serem exploradas pelos agentes da polícia, por outro lado podem não ser suficientes para condenar pessoas que se sabe que são culpadas, com os criminosos a conseguirem escapar às grades. Isso coloca a questão de se as leis devem ou não ser seguidas, e se a protecção do público esta comprometida.
Reakizado por Peter Hyams, contava ainda com Hal Holbrock no papel de um grupo de policias renegados, depois de um papel muito parecido em "Magnum Force".
Os Duros Não Brincam (Though Guys Don´t Dance) 1987
A maior parte da história é contada em flashback: Dougy Madden (Lawrence Tierney) visita o filho Tim (Ryan O´Neal) pela última vez porque tem cancro. E Tim está a sofrer um bloqueio na sua criatividade, também por conta dos efeitos de muitos anos de bebida, drogas e sexo.A sexy esposa de Tim, Patty Lariene (Debra Stipe), deixou-o recentemente e ele tenta refazer a sua ligação com a ex-mulher Madeleine (Isabella Rossellini), que agora está casada com um chefe da polícia psicótico, Alvin Luther Regency (Wings Hauser).Um crime vai acontecer, e ele é o principal suspeito.
17 anos depois de "Maidstone", Norman Mailer, um escritor que já tinha ganho dois prémios Pulitzer, volta para trás das câmaras, num argumento promissor, homenageando o film noir. O argumento era baseado num livro seu, tendo ele próprio escrito o argumento com alguns toques nos diálogos de Robert Towne, que por sua vez já tinha recebido um Óscar num filme parecido, "Chinatown". Infelizmente tudo correu mal, e o filme foi uma das grandes desilusões dos anos 80. Acabou com a carreira de Ryan O´Neal, que nunca mais conseguiu entrar num filme decente, e conseguiu sete nomeações para os prémios negativos da moda, os Razzie Awards. Mesmo assim foi respeitado por uma pequena parte da crítica, que o classificou como um interessante neo-noir.
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