Um viagem de negócios desde Tóquio até à área isolada de Kanazawa, nas províncias ocidentais, conhecidas como os Alpes Japoneses, leva Kenichi Uhara (Koji Nanbara) um executivo e recém casado com Teiko (Yoshiko Kuga). Kenichi vai finalizar alguns negócios na sua antiga filial, onde trabalhou para o rico dono de uma fábrica chamado Murota (Yoshi Kato). Kenichi acaba por desaparecer passados poucos dias, e Teiko viaja de comboio na companhia de um executivo (Takanobu Hozumi) para tentar descobrir o que aconteceu ao marido, para perceber que existem coisas sobre o passado dele que ela não tinha conhecimento.
Realizado por Yoshitaro Nomura, filho do grande realizador do cinema mudo japonês Hotei Nomura, que realizou cerca de 70 filmes antes do cinema sonoro chegar ao Japão, é baseado num livro de Seicho Matsumoto. É reminiscente dos filmes noirs americanos dos anos quarenta, e coberto de grandes twists e uma atmosfera sinistra, com paisagens muito negras, tal como o ambiente da história e o território montanhoso onde a acção é filmada. É também um filme desafiante para espectadores estrangeiros, com algumas reviravoltas e pistas a poderem ser mal interpretadas, por terem a ver com os costumes locais.
Existe aqui uma grande crítica às mulheres Japonesas, e a forma como elas são vistas na sociedade. Teiko é recém casada com a idade de 36 anos, um pouco tarde para os velhos padrões japoneses, e mesmo para os actuais, sendo contrastada com mulheres que se tornaram prostitutas para sobreviver no pós-guerra do Japão. De certa forma o filme é sobre a perda da virgindade moral de Teiko. Enquanto ela não é corrompida por outros, é forçada a confrontar realidades da vida longe da sua calma existência em Tóquio.
Uma grande interpretação de Yoshiko Kuga, que tinha recentemente interpretado dois grandes filmes de Ozu: "A Flor do Equinócio" (1958) e "Bom Dia" (1959).
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1 comentário:
Link não ta funcionando. Será que tem como reupar?
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