Na tarde de 15 de Agosto de 1955, no décimo aniversário da rendição do Japão, cinco pessoas encontram-se numa estação de comboios, cada uma usando o emblema do antigo exército imperial no seu peito. No dia da rendição, um general do exército havia escondido uma lata de valor inestimável num abrigo anti-aéreo. Tinha sido acordado que o general e os seus três soldados se encontrariam 10 anos mais tarde para dividir o seu saque, mas no dia acordado aparece uma pessoa a mais. Além disso, um deles é uma mulher, que diz ser irmã do general morto. Começam a cavar o chão onde a lata foi enterrada, mas à medida que o trabalho progride cada um deles torna-se vítima do seu próprio egoísmo, desconfiança e ganância.
Considerando que o filme policial convencional iria delinear claramente os criminosos e os cidadões inocentes cumpridores da lei, Shohei Imamura, conhecido pela sua reputação das suas observações astutas do comportamento humano, nunca iria permitir que tais considerações fossem simplificadas. Assim, Imamura estabelece algumas das suas observações mais cruéis sobre a humanidade, e sobre os habitantes da favela, classificando-os como lascivos, seres gananciosos e irracionais. Na verdade, o tema sobrejacente que melhor resume todo o filme é que o homem não é melhor que os insectos ou os animais que também vagueiam pelo planeta, com a única diferença de que os humanos são apenas muito mais neuróticos.
Para além do conteúdo temático, é interessante notar que visualmente o filme é tão interessante como os filmes posteriores de Imamura. Colaborando pela primeira vez com o parceiro de longa data, Masahisa Imeda, a iluminação do filme e a atmosfera "noir", teriam feito de John Alton um homem orgulhoso. Este era apenas o terceiro filme de Imamura.
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