sábado, 17 de janeiro de 2015

Filhos da Natureza (Börn Náttúrunnar) 1991



Thorgeir (Gísli Halldórsson) é um velho camponês que vende as suas ovelhas e a terra para se mudar para o apartamento da filha, em Reykjavik, onde ela vive com a restante família. As coisas não correm conforme o planeado, e Thorgeir vê-se obrigado a ir viver para um lar. Lá ele encontra uma paixão de infância, Stella (Sigridur Hagalín), que depois de se queixar o quão mal ela se sente naquela casa de repouso, decidem os dois fugir para a terra natal, onde pretendem viver o resto dos seus dias.
Quando o casal deixa o congestionamento da cidade e entra na deslumbrante beleza do interior da Islândia, com os seus fiordes, a paisagem inóspita que eles atravessam torna-se irresistível, e o filme passa a mover-se no território da fábula. Na sua simplicidade, o filme diz de uma forma alegre que o casal precisa de viver os seus últimos dias em liberdade, e não dependente dos outros. É um filme de uma beleza sublime, chamando a atenção pela forma como o mundo moderno perdeu algo tão importante como a sensação para a natureza.
Realizador e argumentista, Fridrik Thór Fridriksson estava aqui em quase estreia cinematográfica, e contava com um belíssimo trabalho atrás das câmeras de Ari Kristinsson. Nascido na Islândia em 1954, Fridrik Thór Fridriksson começou a sua carreira nos anos 80, na área documental, tendo feito também dois filmes para a TV. "Children of Nature" era a sua segunda longa-metragem, depois de White Whales (1987). Fridriksson usa um ritmo lento, estilo minimalista, que é o ideal para o assunto que é aqui abordado.
Foi o primeiro filme da Islândia a receber real reconhecimento internacionalmente, ao conseguir a primeira nomeação para um Óscar para aquele país. A concorrência nesse ano era forte, e contava com filmes de Zhang Yimou, Jan Sverák, ou do famoso director de fotografia Sven Nykvist, mas acabaria por ir parar às mãos do italiano Gabriele Salvatores. Mesmo assim colocou a filmografia da Islândia no mapa, ela que era quase invisível aos olhos internacionais. Nos anos seguintes muitos filmes saíram para fora do país, e conseguiram sucesso além fronteiras, como iremos ver neste ciclo.
No Brasil estreou no festival do Rio em 1991, e em Portugal foi exibido no Féstroia de 1992. Também ganhou o prémio de melhor compositor nos European Film Awards.

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Imdb

1 comentário:

JF disse...

Um filme fabuloso.