A história do cinema na Islândia, vai até ao inicio do século XX, mais propriamente a 1903, quando um filme foi mostrado pela primeira vez. A partir do ano seguinte, começaram a ser exibidas sessões regulares. O mais antigo filme preservado na Islândia é de 1906, um documentário de 3 minutos realizado por Dane Alfred Lind. Em 1919 Gunnar Sommerfeldt realizou uma adaptação do autor islandês Gunnar Gunnarsson, de "The Story of the Borg Family" que é considerada a primeira longa-metragem a ser realizada na Islândia.
Foram muito poucos os filmes islandeses realizados no período do cinema mudo, e eram basicamente documentários. O primeiro filme falado apenas surgiu em 1948, chamado "Milli fjalls og fjöru", (Between Mountain and Shore").
Até 1979 não houve muita regularidade no cinema da Islândia. Alguns filmes dignos de nota foram "Girl Gogo" de Erik Balling, ou "Murder Story", de Reynir Oddsson, um thriller Chabrolesco.
1979 marcaria o inicio da produção regular de filmes, o mesmo ano em que o Iceland Film Fund, agora chamado de Iceland Film Centre, começou a operar e a financiar o cinema naquele país. Desde então grande parte dos fundos do cinema islandês vem do exterior, uma vez que a Islândia é um país muito atractivo tanto a nível paisagístico como a nível de cultura. A Alemanha torna-se o principal aliado exteriormente, e as co-produções com dinheiro de fora tornam-se cada vez mais frequentes neste país. A maior parte dos filmes islandeses lidavam com histórias contemporâneas, com muito pouco sentido político. Na maior parte das vezes havia muitos contrastes entre a vida urbana e o modo de vida rural, mas mais recentemente a ênfase mudou para o modo de vida urbano.
Nos anos anos 80, os únicos filmes islandeses a saírem para fora do país foram os filmes de vikings de Hrafn Gunnlaugsson, que gozaram de algum sucesso exteriormente.
Mas chegamos ao ano Zero. Ano zero do cinema islandês, e ano zero aqui do nosso ciclo. "Children of Nature" (Börn Náttúrunnar), realizado por Friðrik Þór Friðriksson, conseguiu uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1992. Acabou por perder o prémio para "Mediterrâneo" de Gabriele Salvatores, mas chamou a atenção tanto para o nome do realizador, como para a cinematografia do país.
A partir daqui, um número muito maior de filmes islandeses começaram a chegar a audiências internacionais, e a participar em festivais de cinema. Aqui em Portugal os filmes islandeses fazem parte, todos os anos, da programação do Festroia, tendo inclusivé ganho este festival duas vezes. Aliás, a Islândia é um dos países mais vezes vencedor do Festroia. Desde então o cinema islandês pode ser definido pela diversidade, sobretudo pelo contraste entre a Islândia tradicional e moderna, entre o passado e o presente.
Este ciclo, que irá ter a duração de três semanas, e perto de 30 filmes, vai pegar a filmografia da Islândia em 1991, altura em que foi produzido "Children of Nature", e vai vai acompanhá-la até aos dias de hoje. Como devem calcular, alguns destes filmes são bastante raros, e só os consegui com legendas em inglês, mas mesmo assim temos um número considerável de filmes legendados em português.
Um bom ciclo para todos, e até já.
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