segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O Mar (Hafið) 2002



Um velho patriarca, desafiando a modernização, recusa-se a vender um negócio de pesca que ele próprio fundou, e como resultado causa enormes conflitos no seio da sua família. Sendo um homem rico, junta os seus herdeiros para discutir o futuro do negócio da família. Mas ao fazer isto, desencadeia uma tempestade de abuso sexual reprimido, suspeitas persistentes, rivalidades entre irmãos, e paixões incestuosas. Vai ser uma dura batalha entre o passado e o futuro, que culmina numa noite explosiva de raiva.
Shakespeare viaja até à Islândia para visitar uma particular família odiosa. "The Sea" é muito mais uma comédia de humor negro do que uma tragédia, este segundo filme de Baltasar Kormakur (depois de "101 Reykjavík"), deita um olhar em como um homem de família consegue dividir a sua família, mesmo que cheio de boas intenções, ao querer dividir o seu império.
O implacável frio islandês estabelece o cenário para um família que está unida por laços de sangue, mas não por amor. À medida que vamos conhecendo os personagens vamo-nos deparando com grandes doses de raiva, incesto, ciúmes, e uma batalha pela modernização de um negócio de família.
A história desta família está longe de ser amável. O pai está agora casado com a irmã da sua falecida esposa. Uma história de abuso e humilhação emerge rapidamente neste clima cinzento. A desolação na aldeia é paralela ao desespero que impera no seio da família, e que explode numa raiva (literalmente) ardente.
A paisagem exótica de gelo, neve e montanhas contrasta com a vulgaridade dos personagens. O talento de Kormakur reside em criar um ambiente opressivo, sem passar por cima destes personagens. Há momentos de humor suficientes para manter o ritmo do filme, ao mesmo tempo que pulamos para aquele canto esquecido do mundo, onde se vai passar a acção.

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