Eben Adams (Joseph Cotten) é um pintor talentoso mas fracassado lutando na era da Depressão em Nova Iorque, mas que nunca foi capaz de encontrar inspiração para uma pintura. Um dia, depois de encontrar, finalmente, alguém em comprar um quadro seu, conhece uma estranha jovem chamada Jennie Appleton (Jennifer Jones), com quem começa uma amizade invulgar.
Numa tarde de Inverno de 1932, um artista frustrado encontra uma jovem misteriosa no Central Park, e a sua vida será transformada pela sua presença assombrosa. Uma produção prestigiosa de David O. Selznick, "Portrait of Jennie" (1948) é uma incursão de Hollywood na espiritualidade romântica, reminiscente de filmes como "The Enchanted Cottage" (1945), "The Ghost and Mrs. Muir" (1947), assim como do conto sobrenatural de 1990, "Ghost". Selznick tentou dar a "Portrait of Jennie" um certo brilho artístico, contratando um argumentista e escritor de prestigio como Ben Hecht, que já tinha então brilhado em vários filmes, e conquistado várias nomeações aos Óscares, uma delas em "Notorious", de Alfred Hitchcock, outra em "Wuthering Heights", de William Wyler, só para dar dois exemplos. Hetch escrevia apenas o perfácio, embora não fosse creditado.
Dirigido por William Dieterle, realça-se o tom estranho, com sequências de cor deslumbrantes, como o furação de New England na parte final do filme, cujas nuvens da tempestade são de um verde doentio, e no retrato final magistral de Adams a pintar Jennie, revelado num impressionante Technicolor.
Selznick estava tão apaixonado por Jennifer Jones que depois de a roubar do seu anterior marido, Robert Walker, dominaria a actriz emocionalmente e profissionalmente. Segundo o que é contado, ele só escolhia para contracenar com a actriz, actores com relações estáveis, e que fossem conhecidos pela sua fidelidade, como eram os casos de Gregory Peck e Joseph Cotten, que contracenou com Jones em diversos filmes, incluindo este. Embora a produção de "Portrait of Jennie" fosse um sacrifício emocionamente por causa da relação da actriz com o produtor, acabaria por ser um impulso para as suas estrelas. Joseph Cotten ganharia o prémio de Melhor Actor no Festival de Veneza, e mesmo que Jennifer Jones não tivesse sido nomeada para um Óscar, foi elogiada pela crítica em geral como a problemática heroína. O filme ganhou o Óscar de Melhores Efeitos Especiais.
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