Um pregador (Charles Gordone) e o seu amigo Sampson (Barry White) dirigem-se para uma prisão distante onde esperam trazer de volta o amigo Randy (Philip Michael Thomas), de uma fuga da cadeia. Randy conseguiu alcançar o outro lado do muro com a ajuda de outro prisioneiro, Pappy (Scatman Crothers), mas Pappy não está lá muito convencido do plano de Randy, principalmente se Sampson e o pregador não chegarem a tempo. Enquanto esperam junto ao muro, Pappy conta a Randy a história de três homens, Rabbit (Thomas), Fox (Gordone), e Bear (White) que viajaram da sua terra natal conhecer a grande vida que os negros do Harlem supostamente vivem. Em vez do paraíso encontram um sitio podre, cheio de ressentimento e de raiva, onde as pessoas estão mais interessadas a lutar umas contra as outras para ganho pessoal, do que rebelar contra a opressão branca.
Durante muitos anos "Coonskin", de Ralph Bakshi, foi considerado um filme perdido. Depois do filme estar terminado, em 1975, membros do Congresso de Igualdade Racial, lidarados por Al Sharpton e Elaine Parker, fizeram pressão para o cancelamento da estreia do filme, apesar da maioria dos membros não o ter visto. Depois de uma exibição no Museu de Arte Moderna, que foi abalada por um piquete, a Paramont concordou em passar os direitos para outra empresa, a Bryanston, que faliu duas semanas depois do acordo ter sido assinado. Assim, durante muitos anos, entre 1975 e 2012, o filme só podia ser visto em cópias em VHS.
Realizado por Ralph Bakshi, o autor de "Fritz, the Cat", a idéia do filme vinha do interesse do realizador pela história afro-americana nos Estados Unidos, e era focada no racismo e nos estereótipos racistas. Quando uma certa tendência filmica atinge o ponto de saturação começa a ser satirizada, e foi isso que aconteceu com a blaxploitation, da qual ainda faz parte este filme. Uma mistura surpreendentemente imunda e violenta de live-action e animação, é parte conto de fadas, parte drama de crime, ainda estendendo um olhar ao estilo de vida racial ao longo do caminho.
Apesar de tudo o que possam dizer dele, ou disseram no passado, "Coonskin" é uma desconstrução inteligente e pungente não apenas do individuo afro-americano, como também dos pobres caucasianos ruais, italo-americanos, homossexuais, entre muitos outros. E contava com grandes prestações do músico Barry White, na sua única aparição como actor, e Charles Gordone, que ficaria conhecido como o primeiro negro a ganhar o prémio Pulitzer.
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