Cosmonautas soviéticos aterram na superfície quente e desigual do planeta Vénus, que se revela um planeta muito inóspito para os seres humanos, mas perfeito para criaturas gigantes. Além de fluxos de lava, plantas assustadoras, dinossauros, há uma corrente de água, que esconde evidências de habitações anteriores de seres inteligentes e artísticos, que provavelmente podiam ser parecidos com os humanos. Mesmo com a ajuda de um robot amável e pensativo, os humanos estão constantemente em perigo.
O realizador russo Pavel Klushantsev, agora considerado um dos verdadeiros visionários da ficção científica, é pouco conhecido no Ocidente, no entanto, a sua atenção meticulosa para os detalhes visuais, à realidade científica e probabilidade, tornarem estes vôs cinematográficos cheios de imaginação ainda mais influentes no género ficção científica, principalmente influenciando filmes posteriores mais sérios, como "2001: a Space Odissey". Na altura em que o filme foi produzido ainda não se sabia se existia vida em Vénus ou não, mas, a existir, os cientistas soviéticos pensavam que fosse assim.
Klushantsev trabalhava no Leningrad Film Studio for Science and Technology, primeiro como director de fotografia, depois como realizador. Esta mudança permitiu-lhe tornar-se num pioneiro e inventar técnicas lendárias para filmar os planetas, as estrelas e a ausência de gravidade, muito antes de qualquer outra pessoa. À medida que a corrida espacial se intensificou, entre os Estados Unidos e a União Soviética, a partir do final da década de cinquenta, Klushantsev já estava à frente dos rivais, com os seus filmes inventivos. Adicionava sempre uma certa dose de comentário pró-soviético, para manter os seus filmes fora dos censores, mas era óbvio que ele estava mais interessado nas viagens espaciais, ambientes estranhos, e as possibilidades de novas formas de vida noutros planetas. Do seu corpo de trabalho destacam-se "Meteors" (1947), "The Universe" (1951), "Road to the Stars" (1957), "Planet of Storms" (1962), "The Moon" (1965), e "Mars" (1968). Dos quais se destaca este "Planet of Storms".
De acordo com alguns historiadores, "Planet of Storms" estabeleceu novos padrões para os filmes de ficção científica. Klushantsev teve ajuda de alguns dos mais notáveis cientistas russos, que lhe asseguraram autenticidade no seu projecto, e compreensão nas viagens ao espaço. Mas também foram adicionados elementos humanos ao filme, os seus personagens não eram simplesmente autómatos, nem sequer o robot que os acompanha. A questão filosófica da vida noutros planetas é respondida afirmativamente.
O produtor americano Roger Corman ficou tão envolvido pelo filme que comprou os seus direitos, mas, em vez de o distribuir, precedeu a uma série de cortes e remontagens, adicionando algumas cenas com Basil Rathbone a conversar com os astronautas. O filme foi dobrado para inglês mas permaneceu intacto visualmente, e levou depois um novo nome, "Voyage to the Prehistoric Planet" (1965), que durante anos foi a única forma dos ocidentais verem "Planet of Storms", mas sem toda a poesia ou filosofia de Klushantsev.
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