João, com cerca de vinte e cinco anos, decide abandonar os estudos, pouco antes de ir para a tropa. Soares, o pai - funcionário público zeloso, com influências e amizades - arranja-lhe um emprego transitório. Colocado numa secção de mulheres, a sua chefe, Inês, marcando a situação de favor de João, transfere para ele uma paixão frustrada pelo irmão, morto na guerra colonial, enquanto João começa a namorar Leonor, uma colega. Por mero acaso de ciúme, Inês acaba por abatê-lo, com um tiro de pistola
"O último filme português a ser proibido pela Censura do regime fascista foi, também, o primeiro a ser estreado após a sua queda. Vivia-se ainda a euforia dos primeiros dias da Libertação quando "O Mal Amado" se apresentou no écran do Satélite. Primeiro trabalho de longa-metragem de Fernando Matos Silva, "O Mal Amado" é a história de um jovem emparedado entre as várias esferas de Poder, corrompido/destruído pelas malhas insensatas do estertor do Império. Excelentemente interpretado por João Mota e Maria do Céu Guerra (muito bem enquadrados pelos restantes actores), narrada com eficácia e fluidez, contando com Costa e Silva na fotografia (que, não sendo excepcional, é segura) e com uma banda musical cuidada, "O Mal Amado" é um dos mais escorreitos filmes do dealbar da década de 70 no cinema português. O que dele se retém não é o labéu da "obra-prima obrigatória" mas a carpintaria de um argumento e dos meios de o pôr em cinema, uma certa limpidez, um certo desembaraço de processos.
Fernando de Matos Silva arranca com o pé direito." Jorge Leitão Ramos.
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