Ao contrário de muitos dos seus contemporâneos japoneses, Hiroshi Teshigahara era um realizador muito pouco prolífico. Numa carreira bastante longa, fez pouco mais de 10 longas metragens. O seu primeiro grande filme, "Pitfall" (1962), ainda ressoa com um poder inventivo, enervante e deslumbrante, sobre uma pequena cidade onde os seus habitantes são manchados pela corrupção, para o qual o realizador utilizou um estilo chamado "documentário de fantasia" para capturar o existencialismo experimental do argumento. "Pitfall" delineou o caminho para o filme mais conhecido de Teshigahara - o incomparável "Woman in the Dunes" - que foi premiado com o Prémio Especial do Júri em Cannes, e recebeu duas nomeações ao Óscar, incluindo Melhor Realizador.
Teshigahara continuou depois com "The Face of Another" (1966), uma inquietante exploração da identidade, sobre um homem que tem uma nova, e completamente diferente face, construida para ele depois de ficar queimado num incêndio de um laboratório. O seu comportamento alterado, nem sempre para o melhor, indica que a sua nova cara pode estar a alterar a sua personalidade. Seguiu-se "The Ruined Map" em 1968, que foi filmado a cores e Cinemascope, e se distinguia pelo conceito inteligente de um detetive privado cuja vida se começa a identificar com o homem que ele está a perseguir.
Teshigahara encontrou o seu parceiro espiritual no romancista e argumentista Kôbô Abe, com quem colaborou nestes retratos de identidades em perigo Kafkianas, filmes que alcançaram o público mais mainstream, sendo eles mais "avant-guarde".
Ao longo de duas semanas, poderão ver aqui grande parte da sua carreira, entre curtas e longas metragens.
- Hokusai (1953)
- Ikebana (1956)
- Tokyo 1958 (1958)
- Pitfall (1962)
- Woman in the Dunes (1964)
- Ako (1965)
- The Face of Another (1966)
- The Ruined Map (1968)
- Summer Soldiers (1972)
- Antonio Gaudi (1984)
- Basara - The Princess Goth (1992)
Vão ser duas semanas muito interessantes. Não percam.
Sem comentários:
Enviar um comentário