"A estranha parábola existencial de Hiroshi Teshigahara, "Suna no Onna", evidencia um equilibro invulgar entre realismo e metáfora. Um entomologista (Eiji Okada) que anda a recolher insectos numa praia aceita u convite hospitaleiro de uma mulher misteriosa (Kyôko Kishida). Mas depressa se sente apanhado, como um ser das suas colecções, na casa da mulher, construída no fundo de uma cavidade, nas dunas de areia muito fina, onde o incessante tombar dos cristais de areia só pode ser retardado mediante escavações e limpezas constantes.
Em parte exercício neofeminista, noutra ensaio político, e ainda história de sobrevivência. "Suna no Onna" completa - mais ou menos - o seu intento. Okada não pode fugir do poço sem provocar um desastre mas, em primeiro lugar, porquê uma casa num vale de areia? Kishida oferece recompensas sexuais pelo trabalho de Okada, mas será isso apenas o seu método para matar a solidão? "Suna no Onna" faz troça da vida doméstica, louva-a ou descreve-a como um horror à Sísifo? O filme de Teshigahara não dá respostas. Dá, contudo, alguma fotografia de areia notável. Como o próprio filme, as dunas capturadas pela fotografia de Hiroshi Segawa com frequência mudam, deslizam, afundam-se e filltram-se para onde menos esperamos." JKL - "1001 Filmes".
Foi nomeado para dois Óscares da Academia, e ganhou o grande prémio do Juri em Cannes.
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