quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Cidade Viscosa (Fat City) 1972
Um pequeno estudo de personagens sobre dois boxeurs em diferentes fases da carreira. Stacy Keach interpreta Billy Tully, um ex-lutador que perdeu um grande jogo, e desde então nunca mais foi o mesmo, mas anda a tentar um regresso. Jeff Bridges é Ernie, um jovem que tenta alcançar sucesso no ramo do boxe, mas também já se vê numa encruzilhada, porque este mundo não é exactamente o que ele pensava.
"Fat City" não pode ser julgado como um filme típico, porque não tem um argumento tangível, mas sim uma fatia da vida destas duas pessoas, interligadas por um breve período de tempo. É um mergulho num mundo que, provavelmente, de outra forma nunca iríamos conhecer, e a experiência como um todo beneficia muito das caracterizações muito extremas e das situações que desafiam a previsibilidade, em grande parte graças a uma grande dose de realismo.
As interpretações são todas de grande qualidade, com Keach a ter um dos melhores papéis da sua carreira. Grande destaque também para a interpretação de Susan Tyrrell, o interesse romântico de Tully, numa perfomance que é trágica e engraçada ao mesmo tempo, que lhe rendeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Actriz Secundária, única nomeação do filme, e também da actriz.
Subtil, mas de muitas formas, "Fat City" é um dos melhores filmes a retratar o mundo do boxe, dando-nos um vislumbre sobre o que leva estes a entrarem no ringue, e darem tudo por tudo em palco. Infelizmente é dos filmes mais esquecidos da carreira de John Huston, já quase na sua fase final. A década de 70 talvez tenha sido das menos gloriosas para o realizador, mas alguns dos seus filmes neste período acabaram por se tornar em obras de culto. Para além deste, falamos de "The Life and Times of Judge Roy Bean", "The MackKintosh Man" ou "The Man Who Would be King".
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