sábado, 6 de dezembro de 2014
Kin-Dza-Dza! (Kin-Dza-Dza!) 1986
Os dois personagens principais do filme, o Tio Vova e Wef, o violonista acidentalmente vão parar a outro planeta, depois de apertarem o botão errado de um estranho dispositivo que se encontrava na posse de um estranho, que eles pensam ser um alien. Vão parar ao planeta "Plyuke" na galáxia "Kin-Dza-Dza", onde todos têm aparência humana e compreendem russo depois de lerem a mente do Tio Vova. Os habitantes deste planeta comunicam de forma telepática, e o seu alfabeto tem apenas 11 palavras. A civilização do planeta parece ser mais avançada, mas por outro lado, do ponto de vista social Plyuke é um mundo completamente bárbaro, e está dividido em duas classes, os mais poderosos de um lado, e os mais pobres do outro.
A redução ao absurdo é conseguida através da humilhação a que os humanos se têm de sujeitar, para encaixarem numa sociedade estranha e injusta, e conseguir regressar à Terra. Os comportamentos bizarros dos aliens, são estranhos à primeira vista, mas tornam-se familiares e lógicos à medida que os personagens humanos (e o espectador) os vão aprendendo.
Uma das definições mais interessantes sobre este filme é que já o consideraram o "melhor filme de ficção científica que ninguém ouviu falar". Um filme que é tanto uma sátira politico-social como um filme russo distópico, algo poucas vezes visto na história do cinema. Obra-prima da ficção científica minimalista e inteligente dos anos 80. Escrito e realizado por Georgi Daneliya, "Kin-Dza-Dza" é uma rica crítica ao comunismo carregado com o humor pungente que seria de esperar de um filme da era soviética, numa paisagem influenciada pelos filmes da familia do "Mad Max".
Poucas vezes visto, tornou-se numa obra de culto. Em Portugal foi exibido no Fantasporto de 1988, tendo ganho o Grande Prémio do Júri. Recentemente teve um remake animado.
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1 comentário:
Filme surpreendente! Gostei bastante. ku
Agora, lendo o que escreveste, não concordo que seja uma crítica ao comunismo. É antes uma crítica ao capitalismo, chegando mesmo a valorizar os valores morais frequentemente associados ao comunismo (leia-se socialismo).
Excelente posta, esta. спасибо.
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