quinta-feira, 3 de junho de 2021

Drácula (Dracula) 1931

O filme começa com o aparecimento de uma carruagem puxada por cavalos serpenteando por uma estrada estreita e ingrime através das montanhas dos Cárpatos da Transilvânia na Europa Ocidental. A carruagem finalmente pára numa velha estalagem ao anoitecer. Um passageiro anuncia os seus planos de prosseguir. O nervoso proprietário da pousada diz-lhe que o cocheiro tem medo de continuar e que deveriam esperar até ao nascer do sol. Destemido, o corretor imobiliário chamado Renfield não é supersticioso, e não tem medo do aviso, e decide partir para o castelo de qualquer forma...
"Drácula" foi proposto como projecto de filme em 1930 por Carl Laemmle Jr., o aparente herdeiro da Universal Pictures, que teve de lutar até mesmo com o seu pai para fazer o filme.  Os executivos do estúdio enviaram cópias do livro de Bram Stoker, e da bem sucedida peça teatral de John L. Baldcrston e Hamilton Deane ao coronel Jason S. Joy, administrador da PCA. E. M. Arsher, produtor associado da Universal escreveu a Joy a pedir os seus "ângulos de censura" na história que ele alegou que seria filmada pela Universal como "um filme de terror e mistério. com o tema do amor como alívio". Asher estava especialmente preocupado porque os relatórios dos leitores sobre a peça e o livro identificaram várias áreas de conteúdo que poderia ser censurado, mas por sua vez, Joy, não encontrou nada censurável no que leu, em contraste com as preocupações do Estúdio. Naquela altura eram muito poucos os filmes americanos do mainstream que lidavam com o sobrenatural, e os poucos que o fizeram nunca criaram polémica. Por outro lado, o Production Code não falava nada sobre vampiros.
Aprovado pelo MPPDA, com o selo da PCA, o filme estreou em 1931, mas neste caso, o público foi mais reclamante do que o próprio regulador, e as reclamações chegaram imediatamente. Inúmeras cartas chegaram, de todos os quadrantes da sociedade, a protestar contra o filme, que era um perigo, que era horrível, que não podia ser mostrado a crianças. Um pouco por todo o mundo foram requeridos extensos cortes no filme, incluindo o diálogo de Renfield sobre sangue de rato, aranhas e moscas, o choro de uma criança num cemitério, e a leitura em voz alta da narração de um jornal sobre a vitimização de uma criança. Censores também exigiram que as mulheres vampiras do castelo de Drácula fossem removidas do filme. Nos Estados Unidos foram os censores de Massachussetts que exigiram que fossem cortadas duas breves cenas: uma que mostra uma parte de um esqueleto num caixão e outra que mostra um insecto a emergir de um caixão minúsculo.

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