Abrangendo duas gerações, é um conto épico do mal que perturba uma pequena comunidade numa pequena comunidade na região selvagem do Ártico. A discórdia tem as suas raízes nos problemas causados por um xamã, que vê as famílias de Sauri e Tulimaq se envolverem numa disputa amarga. Alguns anos depois, com o crescimento dos seus filhos o sangue começa a ferver. Os filho de Tulimaq, Amaqjuag (Pakkak Innuksuk) o mais forte, e Atanarjuat (Natar Ungalaaq), o mais rápido, provocam o filho de Sauri, Oki (Peter Henry Arnatsiaq) que tem superiores habilidades de caça, e quando Atanarjuat conquista o coração da pretendente de Oki as coisas começam a aquecer.
Oki planeia matar o rival, resultando em sequências fotográficas de tirar o fôlego pois Atanarjuat corre nú por entre o gelo, temendo pelo sua vida. Só essa sequência vale o filme.
Inicialmente é um filme difícil de se seguir, em grande parte porque o elenco está tão abafado nas máscaras de focas que mal se distinguem, mas uma vez que a história começa a fluir tudo começa a fazer sentido. Misturando o mito e a tradição, os medos espirituais e as preocupações muito reais sobre a escassez de alimentos, o realizador Zacharias Kunuk constroi uma imagem complexa da vida dura suportada por gerações do povo Inuit, e como as suas fábulas explicam ao mais novos a importância de colocar o bem estar do grupo acima do seu.
Interpretado por um elenco de desconhecidos, é atravessado por um sentimento quase documental, filmado com uma única câmara, aumentando a sensação da realidade e da região selvagem, auxiliada por uma luz maravilhosa que pode ter sido a razão porque o filme ganhou a Câmara de Ouro no festival de Cannes.
É o primeiro filme de Kunuk, e também o primeiro filme em linguagem Inuit.
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