François tem 20 anos em Maio de 1968, tempo de revoltas estudantis em França. Há cargas policiais sobre as barricadas construídas pelos jovens. É aí que pela primeira vez se cruza com a bela Lilie. Perseguidos nos telhados, conseguem escapar da polícia de choque. De manhã, sente que viveu uma guerra civil e Lilie desapareceu. François escreve, é um poeta não publicado, com os seus amigos, artistas e estudantes. São uma dezena, têm entre 20 e 25 anos: fumar haxixe, a descoberta do ópio, mudar a vida, as festas, as miúdas... Lilie reaparece uma noite. O desejo de revolução é forte. Mais forte ainda o amor que vai nascer entre os dois.
Filmado num lustroso preto e branco, "Os Amantes Regulares" é uma meditação melancólica, tanto sobre os eventos de Maio de 1968 em Paris, como o caso de um amor condenado. Com a realização do pai, Philippe Garrel, e o próprio filho Louis no papel principal, o jovem poeta e aluno protestante François, que se apaixona pela bela e esculturar Lilie, durante o rescaldo da revolução.
É um filme dividido em duas partes, com a primeira hora a focar-se na "Noite das Barricadas". Louis e os seus amigos lançam cocktails molotov em colunas da policia anti-motim, numa sequência prolongada cheia de toques expressionistas. As sequencias de gás lacrimogéneo em todo o lado, as sequências de sonho imaginando revoltas ao longo da história, e as prespectivas restrictas de câmera dão a estes confrontos uma qualidade fantasmagórica.
O resto do filme concentra-se na relação entre François e Lilie. O casal retira-se da sociedade dominante e circula por um círculo de amigos artistas, e fumadores de droga. Esta parte do filme é, sem dúvida, uma homenagem à Nouvelle Vague francesa, onde jovens actores vagueiam pelas ruas parisienses desertas, as conversas são apanhadas em fragmentos, e os actores abordam directamente a câmara. É um filme bastante exigente, onde a sua tristeza e desilusão têm um poder hipnótico.
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