Adam (Youssouf Djaoro) tem 60 anos de idade, é ex-campeão de natação, e há 30 anos que trabalha como guardião da piscina de um hotel de luxo situado no Chade, em África. No entanto, investidores compram o edifício e ele vê-se obrigado a ceder a sua vaga para o filho Abdel (Diouc Koma), situação que o incomoda bastante por ver nela um declínio social. Além de estar diante deste conflito pessoal, o país passa por uma guerra civil, com rebeldes ameaçando o governo. Neste contexto, Adam precisa de ajudar o governo com dinheiro ou enviando o seu filho para que lute pelo país.
Quarta longa-metragem do realizador chadiano Mahamat-Saleh Haroun, é um drama poderoso e sensível que retrata um tipo de traição pessoal e familiar, assim como o sofrimento que pode resultar de uma situação económica desesperada. O filme cobre muitos tipos de terreno, mas debruça-se mais sobre os temas emocionais.
Para o realizador/argumentista Haroun, a narrativa segue o ponto de vista de Adam, mesmo que as suas acções - como traír o filho - afastem as audiências. Tudo isto, e uma grande interpretação de Youssouf Djaoro, trazem para o filme uma complexidade fora do vulgar, onde qualquer noção de moral é duvidosa, e a sensação de "certo" e "errado" é contrariada pelo trabalho sob o domínio do capitalismo.
Selecionado para vários festivais, acabou por vencer o Grande Prémio do Juri, em Cannes, em 2010.
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